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Docentes do RJ param por 24 horas e protestam no centro da capital fluminense nesta quarta

Felipe Martins

Do UOL, no Rio

28/03/2012 06h00

Professores da rede estadual de educação do Rio de Janeiro fazem nesta quarta-feira (28) uma paralisação de 24 horas por melhores condições salariais e de condições de trabalho.  Os educadores exigem reajuste salarial de 36%.  Em pouco mais de um mês de ano letivo, esta já é a terceira paralisação da rede estadual.

A concentração acontece às 15h na avenida Rio Branco, uma das vias mais movimentadas da capital fluminense. Os manifestantes seguem pela via até o encerramento do ato na Cinelândia (centro).

A coordenadora do Sepe-RJ (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação), Maria Beatriz Lugão, defende o reajuste baseada nos resultados da economia fluminense nos últimos anos.

“O piso da categoria vai para R$ 798 e o universitário para R$ 1 mil em 2012. Com os 36% que nós pedimos, o piso do professor nível 1 iria para R$1.086  e o do professor universitário, para R$1.362. Não é nenhum disparate o que a gente está pedindo. O estado vem aumentando consecutivamente a sua arrecadação. O que eles chamam de valorização ainda é muito distante de algo que poderia ser chamado de pelo menos razoável”, declarou.

Sindicato pede "gestão mais democrática"

De acordo com Maria Beatriz Lugão, o Sepe-RJ pede ainda uma “gestão mais democrática” na rede estadual de ensino. Ela citou o caso do professor de filosofia Mauro Célio da Silva, advertido pela Secretaria Estadual de Educação dias após denunciar falta de aparelhos de ar condicionado em uma escola de Bangu (zona oeste do Rio).

“Esse professor hoje está suspenso porque teria incitado a manifestação dos alunos. Isso parece coisa da época da ditadura. Para nós, é claramente uma perseguição política”, declarou.

Em nota, a Secretaria Estadual de Educação informou que a antecipação das duas parcelas restantes do programa de gratificação Nova Escola permitirá um reajuste no vencimento dos professores de 14,11%.  Com relação ao professor Mauro Célio da Silva, a secretaria informa que a decisão não foi motivada por fato isolado, decorrente de críticas à infraestrutura da escola, O docente foi suspenso de suas funções, temporariamente, até a conclusão do processo disciplinar (inquérito administrativo) instaurado pela Seplag (Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão).

Marcha em Defesa da Educação Pública

A manifestação se junta à Marcha em Defesa da Educação Pública, que marca os 24 anos da morte do estudante secundarista Edson Luiz, morto em 28 de março de 1968, durante o regime militar. A organização da manifestação espera cinco mil pessoa na Rio Branco. Caravanas de estudantes virão do interior do estado. 

As três unidades do Colégio Pedro II, de administração federal, permitiram a participação dos professores no ato público sem o corte do ponto. Professores e alunos da FAETEC, rede de ensino técnico do estado, também são aguardados.

Até a noite de ontem (27), a assessoria da CET-Rio (Companhia de Engenharia de Tráfego) disse não ter recebido nenhum ofício referente à manifestação de hoje e que nenhum esquema especial de trânsito havia sido montado.