MEC pretende criar superinstituto para fiscalizar ensino superior; criação de 550 cargos é prevista
O MEC (Ministério da Educação) pretende criar um superintinstituto para avaliar e regular o ensino superior no país. É o Insaes (Instituto Nacional de Supervisão e Avaliação da Educação Superior). O órgão será dirigido por um presidente e até seis diretores: de administração, regulação, supervisão, avaliação, e tecnologia da informação e de certificação de entidades beneficentes.
A previsão é de que o Insaes tenha 550 funcionários. Também haverá corregedoria, ouvidoria e Procuradoria Federal, além de um conselho consultivo. O processo de implantação é estimado em dois anos.
Associação critica criação de superinstituto
A proposta da criação do Insaes faz com que o processo de avaliação passe a ter um só agente condutor e vários coadjuvantes, em que todas as responsabilidades ficam concentradas, ficando com poderes maiores que o próprio MEC
Gabriel Mario Rodrigues, presidente da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior)A nova entidade será responsável por algumas funções que, até então, eram do Inep (Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais), como visitas às instituições de ensino superior para avaliação. Além disso, o Insaes também terá, entre suas atribuições, autorizar, reconhecer e renovar o reconhecimento de cursos de graduação e certificar entidades beneficentes que atuem na área de educação superior e básica.
Superpoderes
O projeto que cria a entidade foi enviado pelo Executivo e tramita em regime de prioridade na Câmara de Deputados.
A autarquia também poderá aplicar punições aos estabelecimentos que descumprirem as regras. Entre elas estão: descredenciamento institucional, desativação de cursos, redução de vagas, inabilitação dos dirigentes para cargos de gestão em instituições de educação superior de até dez anos, e multa que vai de R$ 5 mil a R$ 500 mil reais.
“Caso não sejam tomados os devidos cuidados, enterraremos de uma vez por todas o fruto de uma experiência que está sendo construída coletivamente, baseada no Sinaes (Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior) e no Inep. A proposta da criação do Insaes faz com que o processo de avaliação passe a ter um só agente condutor e vários coadjuvantes, em que todas as responsabilidades ficam concentradas, ficando com poderes maiores que o próprio MEC”, afirma Gabriel Mario Rodrigues, presidente da ABMES (Associação Brasileira de Mantenedoras de Ensino Superior).
Para o MEC, a nova autarquia vai apenas aprimorar e tornar o sistema mais eficiente. Para isso, o governo enxergou a necessidade de se criar uma carreira estatal específica do avaliador, que será um dos servidores do Insaes.
A aplicação do Enade (Exame Nacional de Desempenho de Estudante) continuará a cargo do Inep, assim como a realização do Censo da Educação Superior. De acordo com a legislação, o MEC, por meio de suas secretarias, deve exercer as funções de regulação e supervisão do setor. Hoje, é a Seres (Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior) a responsável por regular e supervisionar instituições e cursos superiores. Já o CNE (Conselho Nacional de Educação) delibera sobre as decisões e pareceres da secretaria.
Custos
O projeto de lei que cria o órgão tem como autor, além do MEC, os ministérios da Fazenda e do Planejamento.
- 4148
- http://educacao.uol.com.br/enquetes/2012/09/20/voce-concorda-com-a-criacao-de-um-novo-instituto-para-fiscalizar-o-ensino-superior-no-pais.js
Dos 550 cargos que o projeto propõe, 350 são de especialista em avaliação e supervisão da educação superior, 150 são de analista administrativo e 50 de técnico administrativo. O maior salário é estimado em R$ 7.201.
A lei ainda apresenta o detalhamento de gratificações, ingresso, promoção, progressão e avaliação dos futuros servidores em suas respectivas carreiras.
Os servidores da Seres (Secretaria de Regulação e Supervisão da Educação Superior) serão redistribuídos no Insaes. A receita da entidade será baseada em dotações consignadas no orçamento-geral da União, doações, na arrecadação das taxas de avaliação in loco (que hoje é de R$ 6.960) e de supervisão e também do valor das multas aplicadas às instituições.
Os ministérios autores do projeto ressaltam que, num primeiro momento, não haverá impacto orçamentário por conta da criação dos cargos efetivos – isso ocorrerá apenas com a autorização de futuros concursos públicos para o preenchimento de novas vagas. Dessa forma, apenas em 2014 o provimento dos cargos terá início. Caso todos sejam preenchidos, os custos serão de R$ 43,4 milhões. Para os cargos que já existem e que apenas serão adicionados, o impacto deve ser de R$ 3,7 milhões a partir da publicação da lei.
Impacto
De acordo com a lei, a Conaes (Comissão Nacional de Avaliação da Educação Superior) passará a ser presidida por um representante do Insaes, que será adicionado ao grupo. Já a Câmara de Educação Superior do CNE (Conselho Nacional de Educação) terá como membro nato, além do secretário de educação superior, o presidente do Insaes, que será nomeado pela Presidência.
Para o professor Lalo Watanabe Minto, especialista em ensino superior da Unesp (Universidade Estadual Paulista), campus de Marília, a lei trata muito mais da estrutura do novo órgão do que de suas metas. “O texto fala muito mais do pagamento e avaliação de rendimento dos funcionários do que das reais funções do instituto”, afirma.
O Brasil tem hoje 2.378 instituições de ensino superior, das quais 88,3% são privadas. O País tem 6.379.299 matrículas em cursos de graduação – 74,2% delas no setor privado.
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