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Em Cubatão, sala de aula é parcialmente "engolida" por cratera em escola estadual

Gustavo Delacorte

Do UOL, em Santos

28/09/2012 15h34

Uma sala de aula foi parcialmente "engolida" por uma cratera de aproximadamente sete metros de comprimento e um metro de altura, em Cubatão (56 km de São Paulo). O problema, que se tornou público nesta sexta-feira (28), aconteceu por volta das 23 horas do último dia 19, na Escola Estadual Lincoln Feliciano, no bairro Vila Nova, e até agora não foi solucionado.

 

De acordo com Roseli Coliri Iha, diretora da escola que atende 770 alunos divididos em dois períodos, a sala de aula já havia sido interditada por ela no dia 27 de agosto, quando um deslocamento no piso foi notado. No mesmo dia, a FDE (Fundação para o Desenvolvimento da Educação) foi acionada. "Quando tomei conhecimento do problema, imediatamente desloquei os alunos para outras salas. Os técnicos da FDE estiveram aqui no dia 27 e eu achei que a coisa fosse ser resolvida rapidamente. No dia 30, uma supervisora de ensino também esteve aqui e ficou registrado que a sala oferecia perigo para os alunos", contou.

O chão acabou cedendo na noite do último dia 19, quando não havia ninguém na escola, e o piso de metade do cômodo cedeu. Na manhã seguinte, a diretora resolveu interditar o prédio onde fica a sala danificada e mais outras cinco salas. "Eu interditei todo o prédio do lado da sala e acomodei as crianças em outros locais, como salão de eventos, sala de informática e refeitório. Nós entramos em contato com a FDE novamente, mas eles só apareceram aqui na segunda (24), por coincidência no mesmo dia que eu chamei a Defesa Civil".

A diretora, que atua na escola há 34 anos, conta que está prestes a se aposentar, mas está se empenhando no caso: "Estou com o meu requerimento de aposentadoria pronto. Tenho 60 anos de idade, só nessa escola eu trabalho desde 1988. Penso que não devemos abandonar o barco e quando ele está afundando. Eu tenho essa filosofia, até porque estamos lidando com vidas".

Nesta sexta, após o caso ter se tornado público, engenheiros da FDE retornaram ao local. De acordo com a assessoria de imprensa da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, a equipe de engenheiros irá terminar a avaliação na estrutura afetada da escola para decidir que medidas serão tomadas. Ainda de acordo com a assessoria, os alunos foram remanejados dentro da própria escola, estão em segurança e continuam estudando regularmente.