Topo

Além de fluência no idioma, intercâmbio no ensino médio pode trazer autonomia ao adolescente

Cláudia Emi Izumi

Do UOL, em São Paulo

27/12/2012 06h00

Fazer parte do ensino médio no exterior pode trazer mais que fluência no idioma do país escolhido. Segundo agentes de intercâmbio e pais de alunos que já experimentaram esse tipo de viagem, os adolescentes -- em geral com idades de 14 a 18 anos -- voltam mais independentes e responsáveis.

Isso acontece porque eles passam um tempo -- entre seis meses e um ano -- longe dos pais, em casas de famílias com regras diferentes e, em alguns casos, com mais responsabilidades que tinham por aqui. Além disso, o ambiente escolar é diferente e, em muitos países, como nos Estados Unidos, o aluno de ensino médio  (high school) já precisa optar pelas disciplinas que vai cursar. 

“Aqui acho muito interessante o fato de cada aluno estudar as matérias segundo seu nível de aproveitamento. Se uma matéria for muito difícil ou muito fácil, ele pode mudar o nível das aulas sem mudar de série”, conta Victor Ribeiro Menezes, 16, que está no Estados Unidos.

Atividades extraclasse

Para se enturmar, os adolescentes costumam se engajar em atividades além da rotina escolar. Kristie Erdmann Cordeiro, 16, em Saco, Maine (EUA) treina com o time de futebol da escola diariamente. Além disso, ela se reúne uma vez por semana com o clube Pink Ribbon, que atua no combate ao câncer de mama. O objetivo do clube é encontrar maneiras de arrecadar fundos para instituições de pesquisa e tratamento da doença.

Victor Ribeiro Menezes, 16, que estuda na mesma instituição de Kristie, treina tênis todos os dias, além de ter uma rotina de três horas de estudo do conteúdo escolar. 

Quem já voltou de viagem aconselha: é preciso superar as diferenças culturais e não ter medo de se misturar aos nativos para aproveitar o high school no exterior. A saudade também pode apertar e, por isso, antes mesmo de embarcar pais e intercambistas vão a palestras e já fazem um pacto: os contatos serão semanais.

Preços 

O semestre escolar custa nos Estados Unidos e Canadá, a partir de US$ 8.000 (oito mil dólares), com hospedagem em casa de família ou alojamento nas escolas. Inclui também transporte do aeroporto até a escola e supervisão dos estudantes por responsáveis. No entanto, as passagens aéreas de ida e de volta não estão incluídas. 

Já para escolas na Alemanha e França, os valores partem de € 4.000 (quatro mil euros), segundo a Experimento Intercâmbio Cultural. 

A grade curricular será diferente. Para não atrapalhar os estudos lá e cá, o intercambista pode fazer o intercâmbio de um semestre completo nas instituições de ensino, que geralmente começa em janeiro e agosto. 

“A maioria dos estudantes que nos procuram são do 2º ano do ensino médio para períodos de seis meses a um ano escolar. Depois eles retornam ao Brasil para cursar o segundo semestre do 3º ano”, diz o diretor da IE Intercâmbio, Marcelo Albuquerque, que fecha programas de ensino médio em inglês para o Canadá, os Estados Unidos e a Nova Zelândia. 

Aproveitamento dos estudos

Para validar os estudos no “high school” estrangeiro, é necessário um acordo prévio com a escola para onde o estudante voltará. É aconselhável que ele curse, ao menos, as disciplinas básicas exigidas pelo MEC (Ministério da Educação).

Vale lembrar que o programa é diferente nos países. No Canadá, por exemplo, pode-se escolher o distrito escolar onde vai estudar, o que não acontece nos Estados Unidos.