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Entenda o que é software livre

Leyberson Pedrosa

Do Portal EBC

04/07/2013 10h06Atualizada em 04/07/2013 10h06

Entre os dias 3 e 6 de julho, a cidade de Porto Alegre recebe, pela 14ª vez, o Fisl (Fórum Internacional de Software Livre). O evento conta com mais de 600 atividades entre palestras técnicas, oficinas e demonstrações relacionadas ao SL (software livre). Para explicar o que é esse conceito, confira entrevista com o coordenador-geral da Associação de Software Livre, Ricardo Fritsch, que é responsável pela organização do evento. Para ele, o Fisl vai além de questões técnicas, envolvendo diferentes pautas sociais como educação, saúde e inclusão social.

O que é o Software Livre?
Ricardo Fritsch - Quando os softwares nasceram, no meio acadêmico, todos eles eram livres, utilizando o conhecimento dos outros que eram agregados ao software. Mas, em determinado momento, por interesses comerciais, colocou-se esse software na "caixinha". Mesmo assim, boa parte dos softwares continuam livres, basta ver que a estrutura de internet e das próprias redes sociais são baseadas em SL.

Por que essa escolha de uso tanto na web quanto nas redes sociais?
A escolha é devido à qualidade técnica, alta disponibilidade, escalabilidade e por se ter condições de adaptar o software às suas necessidades, que podem ser modificadas a ponto de serem redistribuídas em novos softwares.

A acessibilidade é um tema presente no SL?
Sim, pois a gente se preocupa com cidadania, colaboração e compartilhamento. Na comunidade, há um percentual de pessoas que tem necessidades específicas. Assim, os desenvolvedores sempre se preocuparam em fazer softwares inclusivos em relação ao som, às cores na tela, etc. Como são livres, esses softwares podem ser adaptados e melhorados conforme a necessidade.

Como o Fisl surgiu?
O Fórum Internacional de Software Livre surgiu em 2000, em Porto Alegre, para debater a independência tecnológica. Um dos pontos que discutimos é a dependência de governos e empresas com softwares proprietários que tentam dominar o mercado tecnológico.

As recentes manifestações pelo Brasil tem alguma relação com essa questão da dependência?
Esses protestos são resultado de uma série de movimentos sociais que também se preocupam com o tema da liberdade. No momento, o software livre tem sido utilizado como plataforma por esses movimentos.

Já nós lutamos pela liberdade de software, do hardware e da rede. Uma questão que nos é central é o Marco Civil da internet. Essa ideia, inclusive, foi gerada na 10ª edição do Fisl.

Mas há outras pautas além da questão de ser livre?
Sim, temos relação direta com a pauta da educação, temos pessoas falando de softwares voltados para saúde e pautas exclusivas sobre propriedade na internet. Outro assunto cada vez mais importante que é a inclusão das mulheres tanto em eventos como o Fisl e na tecnologia em si.