Enem 2013: provas de química e física foram mais difíceis, dizem professores
Professores de cursinhos pré-vestibulares consultados pelo UOL neste sábado (26) afirmaram que as questões mais difíceis do primeiro dia do Enem 2013 (Exame Nacional do Ensino Médio) foram as de química e física. A prova foi aplicada hoje para mais de 7,1 milhões de candidatos em todo o país.
Em comparação aos anos anteriores, as provas deste ano de química e física exigiram que os estudantes dominassem mais conceitos e usassem fórmulas ensinadas no ensino médio.
“Antigamente, a prova do Enem exigia mais leitura e interpretação de gráficos e tabelas, não pedia conteúdo. Agora a prova chegou a um ponto ideal de formulação: todas as questões envolviam conceitos, conhecimento das leis físicas, algum cálculo”, afirma o professor do Objetivo Ricardo Helou Doca.
“A prova de química tinha menos contas, só que, por outro lado, tinha uma exigência conceitual maior”, disse Marcelo Dias Carvalho, coordenador de Etapa. “O Enem criou uma identidade própria, uma prova com grau de dificuldade adequada, bem calibrada”.
Nas duas matérias, os professores dizem que as provas foram abrangentes quanto a distribuição de assuntos ensinados durante o ensino médio.
Questionada
A questão 89 da prova amarela foi questionada pelo curso Anglo. “Acontece que é uma questão que prejudica o bom aluno, fala de sulfato de alumínio, mas na verdade é hidróxido de alumínio. Vamos pedir a anulação. Não tem alternativa correta”, afirma Luís Ricardo Arruda, coordenador-geral do Anglo Vestibulares.
Para outros professores, porém, houve apenas um problema de formulação, mas o aluno conseguiria encontrar a resposta correta. Veja a correção comentada.
Cronometrado
Apesar de elogiarem a redução dos enunciados, considerados mais “enxutos”, os professores afirmam que um dos principais desafios do Enem ainda é a distribuição adequada do tempo.
“O aluno tinha que ter domínio muito grande do tempo para fazer as questões. Quem treinou fazendo simulados, cronometrando o tempo, não teve dificuldades”, diz o diretor pedagógico da Oficina do Estudante, Célio Tasinafo.
Em geografia, a principal crítica foi a pouca utilização de mapas. “A prova fez uma abordagem econômica envolvendo muitas questões agrárias, o campo e a indústria. Mas apenas um mapa foi usado, achamos muito pouco”, afirmou o coordenador do curso Poliedro, Alex Barros.
Entre as questões de história, o destaque foram as que envolviam história e cultura da África e o Brasil Colonial. “Acho que pesaram a mão no assunto [história da África]. Em uma prova com tantos temas que podem ser abordados, poderiam colocar mais questões sobre os 60 anos da Petrobras, perguntar sobre referendo e plebiscito, por exemplo”, comentou o professor do Objetivo Daily Matos Oliveira.
Apesar de citar pensadores clássicos, as questões de filosofia e sociologia, que faziam parte da prova de humanidades, exigiam mais conhecimento histórico e boa interpretação de texto, do que domínio profundo das correntes estudadas.
Domingo
No domingo, os candidatos farão as provas de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e matemática e suas tecnologias, com duração de 5h30, contadas a partir da autorização do aplicador para início das provas.
O MEC aumentou o rigor da correção das redações neste ano, textos que contarem com trechos desconectados com o resto da redação (como as que apresentaram receita de macarrão e trecho do hino do Palmeiras) vão receber nota zero. Até 2012, provas com esse perfil perdiam de 400 a 500 pontos.
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