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Dona de casa quer seguir exemplo da filha e entrar em curso com a nota do Enem 2013

Luiz Francisco

Do UOL, em Salvador

27/10/2013 13h34

Com a Bíblia nas mãos, a dona de casa Rita Albuquerque Fernandes, 42, aguarda o início do segundo dia de provas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2013 e afirma que quer seguir o exemplo de sua filha Renata, 19, que ingressou no curso de enfermagem com as notas do exame. 

“No ano passado minha filha teve a felicidade de ser aprovada. Isto me estimulou e acho que vai dar tudo certo para mim, até porque fui muito bem nas provas de ontem", afirmou Rita. 

Aos 50 anos, a dona de casa Ana Vieira Santos trocou a vontade de fazer “cursos mais rentáveis” pelo prazer de estudar em uma faculdade. “Desde 2006, já prestei 16 vestibulares para medicina, odontologia e direito, mas não fui aprovada. Agora, quero usar o Enem para fazer letras na UFBa (Universidade Federal da Bahia), disse a estudante, momentos antes de entrar no prédio da Escola Politécnica da instituição, na manhã deste domingo.

Sob um calor de 30º, muitos estudantes deixaram para chegar à escola pouco tempo antes de os portões serem abertos, às 11h (12h de Brasília). “O sol está muito forte e ficar esperando é muito desconfortável. Como o trânsito hoje em Salvador é bem mais tranquilo, cheguei aqui faltando apenas 20 minutos para entrar na escola”, disse a estudante Priscila Albuquerque, 21, que quer cursar medicina.

Os vendedores ambulantes aproveitaram o calor para aumentar o preço da água mineral. “Vendi cada garrafa por R$ 4. Ontem, o preço era R$ 3,50”, disse José Fernandes Oliveira, 30, que escolheu o Colégio Estadual Luiz Viana para trabalhar. Quem também aumentou as vendas neste domingo, último dia do Enem, foram os vendedores de caneta. “Por mais que o governo tenha divulgado que as provas só poderiam ser realizadas com caneta preta, muita gente apareceu com caneta azul ou lápis”, disse Renato Pereira, 32. Na Escola Politécnica da UFBa e no Colégio Luiz Viana, a caneta preta era comercializada por R$ 2.

Redação 

Com anotações, recortes de jornais e consultas em tablets e aparelhos celulares, os primeiros estudantes que chegaram na manhã deste domingo (27) ao Colégio Estadual Luiz Viana Filho, em Salvador, apostavam em três temas para a redação: Primavera Árabe, manifestações ou renúncia do papa Bento 16.

Após o começo das provas, o MEC divulgou que o tema da redação desse ano é "Efeitos da implantação da Lei Seca no Brasil”.

Além da redação, hoje os estudantes terão de responder a 90 questões de múltipla escolha sobre linguagens, códigos e suas tecnologias e matemática e suas tecnologias. Para isso, terão 5h30. 

No sábado, foram aplicadas as provas de ciências humanas e suas tecnologias e de ciências da natureza e suas tecnologias, com duração de 4h30.