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Enem: Gestante pede sala especial e é colocada com sabatistas no PR

Romilda Oliveira, 27, grávida de sete meses, foi colocada por engano na sala dos sabatistas no primeiro dia de provas e só deixou o local às 21h.  - Geraldo Bubniak/UOL
Romilda Oliveira, 27, grávida de sete meses, foi colocada por engano na sala dos sabatistas no primeiro dia de provas e só deixou o local às 21h. Imagem: Geraldo Bubniak/UOL

José Lázaro

Do UOL, em Curitiba

27/10/2013 17h58

Quando a candidata Romilda Oliveira, 27 anos, fez sua inscrição para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) ela pediu uma sala especial para gestantes. “Estou grávida de sete meses e meio, então tinha que tomar cuidado”, confirmou. Só que ao chegar no Colégio Estadual do Paraná, tradicional escola pública de Curitiba, capital do Estado, ela foi conduzida para a sala dos alunos sabatistas.

“Eu disse que a organização tinha errado, que eu devia fazer a prova junto com as gestantes. Além de tudo, eu sou católica”, explicou Romilda aos organizadores. Eles disseram que a candidata havia preenchido errado a ficha de inscrição e teria que aguardar até as 19h para começar o exame. “Discordei na hora, mas não teve jeito”, contou.

A reportagem do UOL abordou Romilda hoje, no domingo, por ela ter sido umas das primeiras pessoas a deixar o local de prova no dia do teste de redação. Os sabatistas têm horário diferenciado apenas no sábado. No segundo dia, o horário é das 13h às 18h30. No Paraná, 354 candidatos se inscreveram para o Enem 2013. Destes, 3.949 são sabatistas (que por motivos religiosos guardam o sábado) e apenas 306 são gestantes.

“Foi o pessoal da organização que ligou para o meu marido, para avisar o que tinha acontecido. Eu não podia falar com ninguém, mas pelo menos me deixaram em outra sala, junto com os fiscais de prova. Fizeram isso para eu poder andar um pouco, por causa do meu estado, sem atrapalhar os outros candidatos”, disse Romilda.

A conversa começou com ela dizendo que achou as provas de sábado e domingo fáceis, que o tema da redação foi inesperado, mas tinha agradado. “Eu não estava esperando Lei Seca, achei que as manifestações (passeatas no mês de junho, pedindo melhores condições de transporte público) iam cair”, admitiu. Ao ser perguntada se tinha solicitado cuidados especiais por ser gestante, ela contou do episódio com os sabatistas.

“Eu fiquei um pouco cansada, pois só consegui sair daqui (local de prova) depois das 21h”, reclamou. Ao deixar o local de prova, ela não estava brava com a organização, mas se queixou da confusão.

O Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), autarquia do Ministério da Educação que organiza o Enem, respondeu por meio de sua assessoria que para checar a inscrição da candidata precisaria do número de inscrição ou do CPF da pessoa (dados que a reportagem não obteve).