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Não consigo dimensionar o tamanho do prejuízo, diz professora da USP Leste

Marcelle Souza

Do UOL, em São Paulo

17/02/2014 05h00

Pesquisadores da EACH-USP (Escola de Artes, Ciências e Humanidades) estão com projetos interrompidos desde o início de janeiro, quando o campus localizado na zona leste de São Paulo foi interditado.

Para continuar os estudos, muitos professores estão trabalhando em casa ou usam laboratórios emprestados em outras unidades da universidade. “Quando soubemos da interdição, foi um salve-se quem puder. Tivemos que correr atrás de colegas para continuar o que é mais urgente”, diz Michele Schultz, professora dos cursos de saúde da EACH.

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Apesar da gentileza dos colegas, a pesquisadora diz que as condições de trabalho em outros laboratórios são complicadas, já que é preciso dividir o espaço e fazer um rodízio de horários para não afetar as pesquisas já em andamento. Além disso, as atividades de orientação ficaram prejudicadas pela falta de salas para os encontros com os alunos.

"Em uma das nossas pesquisas, perdemos a data para a coleta de material de alguns pacientes, o que pode prejudicar parte do estudo. É o acompanhamento de um ano do processo de reabilitação de pacientes que tiveram derrame. Nós teríamos que encontrar outros pacientes nas mesmas condições", afirma.

Michele diz que tem cerca de 400 amostras de pacientes de todo o Brasil no laboratório do campus que está interditado. “Eu não consigo dimensionar o tamanho do prejuízo, vai muito além do financeiro, são projetos pessoais, profissionais. É tudo muito deprimente”.

A USP afirma que as aulas serão retomadas no dia 10 de março, mesmo com o campus interditado. A solução seria levar as aulas para outros espaços, que ainda devem ser definidos pela reitoria. O problema, no entanto, permaneceria para os pesquisadores, que continuariam no improviso. 

“Seria uma solução paliativa, priorizando a graduação, que envolve um número maior de alunos, mas isso não resolve o problema de pesquisa e extensão”, afirma Michele.

USP tenta liberar campus Leste

Para tentar liberar o campus da EACH, a USP entregou ao Ministério Público uma proposta de solução para os problemas ambientais do local. Ao UOL, a USP informou que estão sendo instaladas chaminés e bombas para a extração dos gases. Uma análise da terra também está sendo feita para que seja definida a extensão de material contaminado que deve ser extraído.