Harvard e MIT: brasileiros dizem como foram aprovados nos EUA
Henrique Vaz, 18, está de mudança para Cambridge, nos Estados Unidos. A partir de agosto, o jovem começa a graduação em Harvard, uma das mais prestigiadas universidades do mundo.
Renato Ferreira, 19, também pôde comemorar. Em 2013 recebeu a notícia de sua aprovação no MIT (em português, Instituto de Tecnologia de Massachusetts), também na costa Leste norte-americana.
A aprovação nas famosas universidades norte-americanas dependeu das excelentes notas na educação básica. Mas a participação em atividades extra-curriculares, como olimpíadas do conhecimento, também contou muito, avaliam os jovens,
“Para ter chances de aprovação o aluno tem que conseguir se diferenciar dos outros candidatos. Conta muito o que você faz fora da sala de aula”, explica Henrique Vaz, que obteve bolsa de 90% em Harvard. Ele foi medalhista da OBM (Olimpíada Brasileira de Matemática), da Olimpíada Brasileira de Informática e da OBA (Olimpíada Brasileira de Astronomia).
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Além disso, Henrique ainda ajudou a criar um projeto social do qual era voluntário -- o VOA! que tem como objetivo encorajar alunos das escolas públicas a participar das olimpíadas culturais e ajudá-los na preparação.
"Ver o bom resultado de um aluno que do zero passou na USP [Universidade de São Paulo] ou outro que ganhou bolsa em colégio particular é muito prazeroso. Gosto muito de tudo isso”, conta o jovem que ainda não decidiu a graduação em Harvard.
“No meu caso, participei e conquistei alguns títulos em olimpíadas de informática e robótica, pelo colégio. Outra coisa: prático kung fu e piano há anos. Isso também contou", diz Renato para quem é preciso "mostrar que você consegue administrar outras atividades”.
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Planejar é preciso
Para concorrer a uma vaga numa universidade norte-americana é preciso fazer o processo de application (aplicação, em tradução livre) e o principal conselho dos entrevistados nessa etapa é: planejamento!
De acordo com eles, o primeiro passo é a separação do histórico escolar do ensino médio. E ele precisa ter notas boas, alerta Renato Ferreira. "Notas muito baixas podem desclassificar. O ideal é manter um padrão em todas as disciplinas”, explica.
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As instituições de ensino dos EUA exigem em seu processo de seleção para estrangeiros a proficiência do inglês.
No caso de Harvard e do MIT, o conhecimento do idioma é avaliado pelo exame Toefl (Test of English as a Foreign Language). Além dele, as universidades avaliam o resultado das provas de conhecimentos gerais SAT (Scholastic Aptitude Test) I ou ACT (American College Testing) e SAT II - Subjetcs test.
Para os estudantes, os exames SAT -- que não são classificatórios, mas podem eliminar -- são um pouco parecidos com o nosso Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). O SAT I é uma prova de inglês e matemática e o conteúdo cobrado é o mesmo passado na escola “padrão” norte-americana. Já no SAT II, o candidato pode escolher as disciplinas que deseja. “A prova geral [SAT I] é bem complicada. Já as outras, para quem está preparado para o vestibular, é mais adaptar o estudo para o modelo deles”, afirma Renato.
Depois disso, os interessados devem reunir cartas de recomendação. Em geral, duas devem ser escritas por professores e uma outra vem de outro integrante da escola, normalmente o diretor, supervisor ou conselheiro educacional. Também é necessário escrever as redações com temas exigidos por cada instituição de ensino de interesse -- em inglês. “Leia muito em inglês para se ambientar com o idioma. E mostre que é empenhado”, aconselha o jovem aprovado no MIT.
Dinheiro também é necessário
Passar por todas essas etapas pode acabar na frustração de não ter o dinheiro necessário para cursar as universidades. Nos EUA, apesar de públicas, as faculdades são pagas.Para um ano em Harvard, a conta fica em torno de US$ 100 mil. No caso do MIT, cerca de US$ 60 mil.
Foi o que aconteceu com Renato -- ele foi aprovado, mas não recebeu bolsa de estudos e ajuda de custo do MIT de que precisava. Mesmo com o desconto de 25% oferecido pela instituição, sua família não poderia arcar com o restante dos gastos.
“Fiquei muito feliz ao ser aceito. Sabia que era uma coisa muito difícil. Mas logo vi que a bolsa não seria suficiente. Até procurei algumas ajuda aqui no Brasil, mas não consegui nenhuma solução”, relata. “Foi um sonho, mas não fiquei revoltado nem nada. Já tinha achado muito legal eu ter sido aceito depois de todo esse processo”, relembra.
O plano B de Renato foi prestar a Fuvest (Fundação Universitária para o Vestibular) no final de 2013 e tentar uma vaga no curso de engenharia da computação. No começo desse ano, iniciou as aulas no campus da Cidade Universitária da USP.
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