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Aluna espancada em escola de Limeira sofre ameaça: "Pesadelo vai recomeçar"

Estudante de 15 anos foi espancada dentro da sala de aula em Limeira (SP) - Arquivo pessoal
Estudante de 15 anos foi espancada dentro da sala de aula em Limeira (SP) Imagem: Arquivo pessoal

Eduardo Schiavoni

Em Americana (SP)

23/04/2014 15h57

A jovem de 15 anos que foi espancada em uma escola estadual de Limeira, no começo do mês, continua a receber ameaças. Segundo o pai da estudante, José Carlos Roque Júnior, a ameaça mais recente ocorreu na noite de domingo (20), quando uma ligação de número restrito, feita por uma voz feminina, avisou à adolescente que “o pesadelo vai recomeçar”.

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“Quando ela estava começando a se acalmar, a se recuperar, veio esse telefonema. Vamos novamente à polícia, mas acho que, como o número era restrito, vai ser mais complicado identificar a autoria”, disse o pai da garota.

Roque Junior relatou, no entanto, que as ameaças começaram desde que a filha voltou para casa após receber tratamento médico. “Os colegas de escola vinham visitá-la e pediam que ela não voltasse, porque o grupo que fazia bullying com ela tinha dito que ela iria apanhar de novo”, disse.

Segundo a família, a jovem não pretende voltar a estudar na instituição. Embora ainda não tenha sido transferida, a adolescente deve formalizar, nos próximos dias, o pedido para mudar de escola.

O caso

A adolescente foi espancada por duas colegas de sala, com idades de 14 e 15 anos, na saída para o intervalo. A vítima sofreu traumatismo craniano por conta dos golpes. As acusadas também utilizaram uma tesoura para golpear a colega de classe. A ação foi filmada e as imagens utilizadas para identificar as autoras. Segundo o pai, a menina era vítima de bullying por parte das amigas por ser muito bonita.

O caso foi registrado na DDM (Delegacia de Defesa da Mulher), que solicitou que as duas agressoras fossem enviadas à Fundação Casa. A Justiça acatou o pedido e as duas foram enviadas a uma unidade na capital. Uma das menores, que não tinha passagens anteriores, foi liberada. A outra, de 14 anos, que já tinha passagem por lesão corporal, segue apreendida. Ambas serão ouvidas pelo judiciário no dia 20 de maio.

Investigação

A delegada Andréa Rachid Arnosti, responsável pela DDM, que investigou o caso, afirmou que a investigação foi concluída e o caso agora está com o judiciário. Já a juíza da Vara da Infância ainda não se pronunciou sobre o caso, que deve correr sob segredo de Justiça por envolver menores de 18 anos, mas confirmou que a menor que está apreendida deve ser ouvida na cidade em 20 de maio. Até lá, continuará detida em uma unidade da Fundação Casa em São Paulo.

A Secretaria Estadual da Educação informou, em nota, que a apuração preliminar sobre o caso está em curso e que funcionários e alunos são ouvidos para que sejam averiguadas as responsabilidades. "Além disso, uma das agressoras será transferida para uma outra unidade de ensino, de acordo com definição do Conselho de Escola, formado por corpo escolar e comunidade. A Diretoria de Ensino está em contato constante com a mãe e continuará a fazer um trabalho de acompanhamento da aluna", informou.