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Aluna é agredida por cinco colegas na sala de aula em Campinas

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

15/05/2014 11h35Atualizada em 15/05/2014 14h17

Uma adolescente de 17 anos registrou, ontem (14), um boletim de ocorrência na DDM ( Delegacia de Defesa da Mulher) de Campinas para relatar uma agressão sofrida por ela dentro da sala de aula, na Escola Estadual Dr. Tomás Alves, no distrito de Sousas. Ela foi agredida por cinco colegas de sala, sendo uma delas maior de idade. A polícia apura o caso.

A agressão ocorreu no dia 6 de maio, mas a escola não comunicou o Conselho Tutelar nem registrou a ocorrência na polícia. Ao saber que nenhuma medida havia sido tomada, a família da vítima procurou a DDM e prestou queixa sobre a agressão.

A briga ocorreu durante uma aula de química do primeiro ano do ensino médio. A garota estava sentada na carteira quando uma outra aluna chegou por trás dela e começou a puxá-la, desferindo socos na cabeça dela. Depois, outras alunas chegam ao local e ajudam a bater na menor. Ela apanhou por cerca de um minuto e meio.

Tanto a vítima quanto as outras cinco alunas foram suspensas por sete dias pela diretoria da escola. Ao regressar, a vítima ficou sabendo que nenhuma ocorrência tinha sido registrada. A situação deixou o pai da adolescente revoltado. "Como pode eles não fazerem nada? A diretora falou que não é obrigação dela fazer o boletim de ocorrência. Vai deixar o mundo acabar em briga e não fazer nada? Isso não pode", disse Vanderlei Massarella. Segundo ele, depois que a suspensão foi cumprida, a jovem foi novamente ameaçada.

Escola deveria ter notificado o caso

O Conselho Tutelar de Campinas foi consultado e informou que a escola errou ao não avisar sobre a briga. "Em momento algum a gente foi comunicado ou notificado sobre esse caso. Fiquei sabendo dele pela imprensa e já estamos tomando as providências para fazermos o atendimento. A escola deveria ter feito essa comunicação", disse o coordenador do Conselho Tutelar, Natan Volpini.

A Secretaria Estadual de Ensino informou que "a Diretoria Regional de Ensino Campinas Leste lamenta o ocorrido na Escola Estadual Doutor Thomas Alves" e afirmou que a briga “contrasta com o cotidiano da escola, que não possui histórico de brigas". Além disso, a instituição "reitera que a briga foi registrada em uma troca de aulas e imediatamente após entrada do docente em sala, a direção da escola foi acionada. Os pais dos alunos foram convocados para uma reunião e, de acordo com o regimento escolar, as alunas foram suspensas".

A secretaria foi questionada sobre o fato de não ter avisado o Conselho Tutelar sobre a ocorrência, mas não se manifestou a respeito desse tópico. 

Volpini, no entanto, afirmou que o fato de a escola não ter comunicado o Conselho Tutelar foi um erro. “Independente das medidas tomadas pela escola, que estão corretas, notificar o Conselho Tutelar é uma obrigação estabelecida pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, não uma opção. Tanto que já mandei um pedido para que a escola relate o que ocorreu”, disse.

Outros casos

Alem da briga de Campinas, dois casos envolvendo confusão entre professores e alunos em escolas municipais foram registrados no Plantão Policial de Santa Bárbara d´Oeste anteontem. Em uma escola do parque do Lago, um professor foi acusado de machucar o dedo de um aluno de 10 anos após ser atingido por um tubo de cola - ele deve ser transferido de unidade.

Em outro caso, uma professora de 39 anos registrou boletim por desacato contra um aluno de 16 anos que a acertou com bolinhas de papel. Ela dá aula em uma escola do jardim Europa, e relatou que o menor jogou papeis nas costas dela, além de falar palavrões.