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Aluna de 13 anos é espancada na saída da escola e perde três dentes

A estudante de 13 anos foi espancada na saída da escola em Sorocaba  - Reprodução/Facebook
A estudante de 13 anos foi espancada na saída da escola em Sorocaba Imagem: Reprodução/Facebook

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

10/09/2014 15h47Atualizada em 11/09/2014 09h18

Uma estudante de 13 anos foi espancada na saída de alunos de uma escola estadual em Sorocaba (interior de São Paulo), na tarde de ontem (9), por uma menina de 16 anos, que não estuda na mesma instituição de ensino. A vítima teve lesão craniana, perdeu três dentes e está internada no Hospital Unimed, mas não corre risco de morrer. O caso foi registrado no Plantão Policial da zona norte da cidade. Segundo o pai da vítima, a agressora tinha inveja da menina e já havia demonstrado comportamento agressivo.

O caso aconteceu por volta das 12h de ontem, quando os alunos saiam da Escola Estadual Hélio Del Cístia, no jardim São Guilherme. Segundo relatos de testemunhas, a garota de 16 anos abordou a vítima na rampa de acesso às salas e iniciou a agressão.

Ela desferiu uma série de golpes contra a aluna de 13 anos e, em determinado momento, teve a ajuda de outras adolescentes para realizar as agressões. A menina mais nova caiu desacordada e a agressora pegou a cabeça dela e bateu seguidas vezes contra o chão, fazendo com que os dentes caíssem.

Ainda segundo uma testemunha, que estuda na escola, outros alunos fizeram uma espécie de cerco e impediram que os demais estudantes que passavam pelo local interferissem para evitar as agressões. Segundo o pai da vítima, o microempresário Jairo Pereira Apocalipse, a agressão durou cerca de dez minutos. “Me contaram que a menina que bateu na minha filha gritava que ela nunca mais iria gostar de se olhar no espelho de novo. Que a beleza dela ia acabar ali”, conta.

Traumatismo

A estudante sofreu hematomas variados no rosto, braços e tronco, tendo também perdido pelo menos três dentes devido às agressões. Ela foi levada ao Hospital Unimed de Sorocaba, onde segue internada sem previsão de alta. Apocalipse esteve ontem na escola, onde recebeu de colegas de classe da filha dois dos dentes que ela perdeu durante a briga. “Mas já disseram que não têm como reimplantar, que isso só poderia ser feito até três horas depois da agressão. Ela vai ter que fazer implante”, disse.

De acordo com o relato de Apocalipse, ele costuma buscar a filha na escola todos os dias, mas ontem acabou se atrasando por 15 minutos por ter ficado preso em um banco. “Quando cheguei, encontrei ela com a cara toda cheia de hematomas, dentes espalhados pelo chão, um caos”, disse.

Investigação

Segundo a Polícia Civil de Sorocaba, o caso foi registrado no Plantão Policial e encaminhado à DIJU (Delegacia da Juventude). A reportagem falou com o delegado que responde pela DIJU, Newton Ribeiro Guimarães, e foi informada que o boletim de ocorrência ainda não havia chegado até a instituição, mas que ele irá ouvir as testemunhas, a autora e a vítima, assim que tomar ciência do caso.

Já o Hospital Unimed informou que a vítima não corre risco de morte e que está no quarto, em observação. Não foi informado se ela corre risco de ter algum tipo de sequela, embora a família relate que ela tem dificuldade em movimentar o rosto.

Acusação

Jairo Apocalipse informou ainda que espera que a conduta da escola também seja investigada. De acordo com ele, funcionárias da instituição foram orientadas a informar à polícia e a ele que a briga havia ocorrido fora da escola. “Mas falei com muita gente, todos confirmaram que foi dentro. Inclusive foi dentro da escola que acharam os dentes da minha filha”, disse.

Apocalipse informou ainda que falou com uma servidora e ela admitiu que a direção da escola, além de pedir para os funcionários mudarem o local da agressão, também solicitou que o chão fosse lavado com água sanitária para que as manchas de sangue não ficassem visíveis e denunciassem o local da ocorrência.

“Tentaram varrer para baixo do tapete, tentaram impedir que eu falasse sobre o caso e até que houvesse boletim de ocorrência. Mas, quando minha filha chegou com a cabeça quebrada, o próprio hospital fez”, disse.

Procurada, a Diretoria Regional de Ensino de Sorocaba informou que "lamenta o ocorrido e informa que a direção da escola prestou socorro à estudante, acionou seus responsáveis e indicou que um boletim de ocorrência fosse registrado". "A equipe gestora se mantém à disposição da polícia e dos familiares da aluna e reitera que desenvolve ações de prevenção e combate a conflitos, mas é fundamental que todos os esforços encontrem eco nas comunidades escolares", diz em nota.

A instituição não se pronunciou, embora questionada, sobre as acusações feitas pelo pai da aluna.