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Redação do Enem exige opinião e argumentação dos candidatos; veja dicas

Marcelle Souza

Do UOL, em São Paulo

27/10/2014 08h01

Faltando poucos dias para o Enem 2014 (Exame Nacional do Ensino Médio), que será nos dias 8 e 9 de novembro, ainda é possível se preparar para a redação, que tem um peso importante na prova e tira o sono de muitos candidatos. A dica, segundo professores ouvidos pelo UOL, é separar um tempo para ler notícias e pesquisas sobre temas que foram muito discutidos neste ano.

“É importante ler sobre temas relacionados a cidadania, direitos humanos, meio ambiente, ética e diversidade cultural, que são os eixos temáticos da prova do Enem”, afirma a professora de redação Francisca Barros, do Sistema Ari de Sá.

“Uma coisa interessante é dar uma lida na Declaração Universal dos Direitos Humanos, que pode ajudar na hora da argumentação. O aluno pode citar um artigo, deixar claro que estudou e sabe o que está escrito lá”, diz Jorge Júnior (mais conhecido entre os alunos como JJ), professor e coordenador do Colégio e Curso Intellectus.

Os dois professores dizem que a maior dificuldade dos alunos é defender um ponto de vista na redação. “O principal problema ao escrever uma redação é acreditar que está sendo argumentativa, enquanto, na verdade, é descritiva”, afirma JJ.

“O aluno não tende a fazer uma redação argumentativa, que é pedida pela banca, ele tende a expor, falar sobre o que sabe, mas não sabe opinar sobre aquilo. Na verdade, ele precisa mostrar a sua opinião, deixar claro para o corretor do Enem que tem sim uma ideia, uma opinião, e sabe expressar isso através de um texto”, diz Barros.

Para auxiliar na construção da tese que será defendida na redação, os professores dizem que é importante ler jornais, revistas, pesquisas e artigos de opinião para ampliar o repertório de argumentos sobre temas da atualidade.

Passo a passo na hora da prova

No dia da tão temida prova, os professores dizem que o primeiro passo é ler atentamente os textos de apoio e a proposta de redação. “O Enem costuma trazer uma coletânea de textos, que tende a ajudar o aluno, mesmo que ele seja leigo naquele assunto”, afirma Barros.

Após uma leitura detalhada, os professores recomendam que o candidato faça um pequeno esqueleto do texto, que ainda não é o rascunho, e deve conter a tese defendida na redação, os argumentos usados para sustentar essa tese e a proposta de intervenção ou solução que o estudante dará para esse problema.

Segundo essa estrutura, o texto deverá ter ao menos quatro parágrafos: um de introdução, dois (ou três) para a argumentação, e o último com a proposta de intervenção. Em média, eles recomendam que o aluno escreva 15 linhas.

“A redação do Enem precisa ter os três elementos: tese, argumentos e solução. Eles [os corretores] querem saber como ao aluno se comporta enquanto ser pensante e produtor de um texto”, afirma a professora do Ari de Sá. 

Depois de listar de forma sucinta as ideias de cada parágrafo, o candidato pode fazer um rascunho ou partir para as questões, conforme se sentir mais à vontade. Mas atenção, os professores recomendam que o aluno separe ao menos uma hora para o rascunho e a transcrição da redação.

“Eu percebo que o Enem é uma pressão para os alunos, algo que pode definir a vida deles. Em geral, são alunos preparados, focados, mas é bem possível que o desespero atrapalhe”, afirma o professor do Intellectus. Sendo assim, além de estudar, vale também separar um tempo para relaxar para a prova.