Topo

Meu filho pode perder o ano, mas professores não devem se calar, diz mãe

Manifestante caído é observado por policiais militares em Curitiba - Daniel Castellano/AGP/Folhapress
Manifestante caído é observado por policiais militares em Curitiba Imagem: Daniel Castellano/AGP/Folhapress

Fabiana Maranhão

Do UOL, em Curitiba

30/04/2015 21h21

O filho de 14 anos da promotora de eventos Viviane Domingues, 33, está sem ir à escola desde o começo da semana por causa da greve dos professores da rede estadual do Paraná. No começo do ano, ele passou um mês sem aula também por causa de uma paralisação dos docentes. Apesar disso, Viviane diz apoiar a mobilização.

“É lamentável ver meu filho sem estudar, mas ele pode perder o ano desde que o professores não se calem”, afirma a mãe. Ela estava na quarta-feira (29) no local onde houve um confronto entre a Polícia Militar e professores, no Centro Cívico, em Curitiba, que ela descreve como “massacre”. “Sinto muito pelo meu filho, mas é por uma boa causa”, diz.

No último sábado (25), os professores da rede estadual de ensino decidiram em assembleia decretar greve em protesto contra o projeto de lei do governo do Paraná que altera a previdência dos servidores públicos. A matéria foi aprovada pelos deputados estaduais na quarta-feira e segue para sanção do governador Beto Richa (PSDB).

Entre janeiro e março deste ano, a categoria paralisou as atividades por quase um mês para reivindicar o pagamento de promoções e progressões de carreira.

O pipoqueiro Josué Moraes, 31, estava trabalhando perto da Assembleia Legislativa quando se viu no meio do embate de quarta-feira. “Eu pensei que ia morrer. Meus olhos ardiam. O que eles fizeram foi uma barbaridade. Os professores não tinham arma”, diz.

O filho de Moraes estuda na rede pública. “Estou 100% com eles [os professores]. Eles têm de lutar pelos direitos deles”, declara.