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Apoio a ocupação inibe protesto do MBL em frente a colégio em Curitiba

Manifestação em frente a colégio do Paraná apoiava ocupação de estudantes - Rafael Moro/Colaboração para o UOL
Manifestação em frente a colégio do Paraná apoiava ocupação de estudantes Imagem: Rafael Moro/Colaboração para o UOL

Rafael Moro Martins

Colaboração para o UOL, em Curitiba

28/10/2016 21h20

Uma manifestação convocada pelo MBL (Movimento Brasil Livre) para a frente do Colégio Estadual Pedro Macedo, no Portão, bairro da zona sul de Curitiba, foi esvaziada no início da noite desta sexta-feira (28) por centenas de manifestantes que se reuniram em frente à escola para ocupar a ocupação. O Pedro Macedo não faz parte das unidades que tiveram reintegração de posse determinada pela Justiça.

Pais de alunos, professores, simpatizantes e até políticos – o ex-secretário da Educação Maurício Requião, irmão do senador e ex-governador Roberto Requião (PMDB) e o deputado estadual Rasca Rodrigues (PV) – se aglomeraram à entrada do colégio desde antes das 19h, horário previsto para o protesto do MBL, que pede a desocupação de escolas.

Ex-secretário de Educação do Paraná Maurício Requião comparece a ato em prol dos estudantes que ocupam escolas - Rafael Moro/Colaboração para o UOL - Rafael Moro/Colaboração para o UOL
Ex-secretário de Educação do Paraná Maurício Requião
Imagem: Rafael Moro/Colaboração para o UOL
“A juventude me surpreendeu. Apoio integralmente a ocupação”, disse Maria Aparecida Palmeira Silva, professora do Colégio Estadual Avelino Vieira, na Fazendinha, zona sudoeste de Curitiba, desocupado voluntariamente no domingo. A filha dela, de 18 anos, aluna de curso técnico em Secretariado, participa da ocupação o Pedro Macedo.

Requião já esteve em outras escolas e entrado em algumas, a convite dos ocupantes, mas não quis dar entrevista, por considerar o movimento apartidário. Rodrigues falou ter ido pela primeira vez para a frente de uma escola ocupada – a convite, justamente, do ex-secretário. “Essa movimentação não nasceu dos partidos políticos. Me sinto pequeno perto dela. E minha presença pode contaminar o movimento [de viés partidário]”, justificou.

Apesar do apoio, o clima em frente ao colégio era de animosidade. Estudantes confundiram um grupo de professores do próprio colégio que saía de uma reunião convocada pela diretora no salão de um prédio vizinho e caminhou em direção a eles com gritos de “fascistas não passarão”.

“Sou contra a ocupação. As crianças correm risco lá dentro. Essa não é a melhor forma de reivindicar direitos. Mas debatemos a medida provisória [que altera o Ensino Médio] com o grêmio escolar e levei alunos ao seminário estadual que a rejeitou. Também sou contra ela. Mas ser chamada de fascista, com 29 anos de magistério, é um crime que se comete contra professores”, desabadou Edilaine Triani, diretora do Pedro Macedo.

Um caminhão de som, supostamente alugado pelo MBL, aguardava estacionado em rua próxima ao colégio. Por volta das 20h, ele já deixara o local. Durante as cerca de duas horas que a reportagem passou em frente ao Pedro Macedo, nenhum policial ou viatura foi visto na região.