No maior colégio do PR, alunos decidem resistir à reintegração de posse

Os alunos da maior escola pública estadual do Paraná, o Colégio Estadual do Paraná, decidiram resistir à ordem de reintegração de posse da unidade na tarde desta sexta (28).

A decisão favorável foi obtida pelo governo estadual na noite de ontem. A medida chegou a ser suspensa até as 16h30 para que os estudantes deixassem o colégio espontaneamente. No entanto, eles decidiram ficar, sentados, no interior do colégio. Pais e professores estão dentro do colégio aos gritos de "ocupar, resistir!". Há gritos também de "Fora, Beto Richa!" e "Fora, Temer!". 

Uma oficial de justiça insistiu com os alunos que o não cumprimento da ordem judicial representaria uma ilegalidade, mesmo que eles se mantivessem em atitude pacífica. Mas os alunos trancaram a porta.

É importante estarmos aqui para garantir a integridade física e psicológica dos adolescentes e evitar um novo 29 de abril", afirmou o professor Fabiano Stoiev, 41. Ele afirmou ter marcas de três balas de borracha por corpo por conta da repressão policial do ano passado.

Na ocasião, os professores protestavam contra mudanças na previdência dos servidores do Estado. Mais de 200 pessoas, entre docentes e alunos, ficaram feridos na ação da PM --ocorrida no Centro Cívico, mesmo local do CEP.

No Paraná, havia 860 colégios e 11 universidades ocupadas, segundo o movimento Ocupa Paraná até quinta-feira, 27, e o governo informou no fim da manhã desta sexta-feira, 28, que contabiliza 491 colégios ainda ocupados --99 foram liberados nas últimas 24 horas. Pela manhã, o grupo Ocupa UFPR (Universidade Federal do Paraná) anunciou a ocupação do câmpus de Artes e do prédio da Saúde, no Setor de Ciências da Saúde.