São Paulo - Protestos isolados marcaram a quarta edição do Enade (Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes), realizada neste último domingo (11) em todo o país.
Parte dos universitários deixou a prova em branco e colou nela adesivos distribuídos pela UNE (União Nacional dos Estudantes), com dizeres como "Dou nota zero para o Enade" e "Enade, uma avaliação pela metade". Para a UNE, a prova serve mais para criar um ranking de universidades do que para melhorar o ensino brasileiro.
Apesar do boicote organizado pela entidade, o dia de exames não teve problema grave. Somente em Belém, a escola estadual Lauro Sodré foi invadida por estudantes que pediam aos colegas que deixassem a prova em branco. Foram retirados em seguida, e o Enade foi aplicado normalmente.
Houve tentativa semelhante, mas sem sucesso, na escola Augusto Meira, também em Belém. Impedidos de entrar pelos seguranças, os manifestantes ficaram na frente da escola gritando palavras de ordem.
O Enade foi aplicado em 614 cidades. Eram esperados 240 mil estudantes. Faltaram 15,5% (cerca de 37 mil alunos), índice próximo dos 17% do ano passado, segundo dados do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais), órgão do MEC (Ministério da Educação) responsável pelo Enade. Provas e gabaritos podem ser consultados no
site do Inep. Os resultados serão divulgados apenas no ano que vem.
O Enade foi criado pelo MEC em 2004, substituindo o Provão (Exame Nacional de Cursos). Assim como ocorre hoje com o Enade, o Provão era alvo de boicotes. O novo exame tem algumas diferenças.
O Provão avaliava apenas os alunos que estavam se formando. O Enade testa os alunos do primeiro e do último ano. Outra diferença é que o Provão era obrigatório para todos. No caso do Enade, fazem o exame somente os alunos selecionados, por métodos estatísticos, pelo MEC.
Quem não comparece à prova, mesmo que para deixá-la em branco, fica impedido de receber o diploma. Os ausentes, no entanto, podem apresentar uma justificativa devidamente fundamentada, que é analisada por uma comissão. De qualquer forma, o universitário pode regularizar a situação participando do Enade em anos seguintes. Mais de 31 mil alunos não fizeram o exame nos últimos três anos.
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