O Saresp (Sistema de Avaliação de Rendimento Escolar do Estado de São Paulo) deverá ser obrigatório também para as escolas da rede particular de ensino do Estado de São Paulo. Até o ano passado, somente as instituições públicas tinham de aplicar a avaliação que mede o desempenho dos estudantes; as particulares participavam de forma facultativa.
A medida foi aprovada nesta semana pelo Ceesp (Conselho Estadual de Educação de São Paulo) e deve ser homologada pela Secretaria da Educação até o final do mês, para que possa valer já para o exame deste ano, segundo informou o vice-presidente do Ceesp, João Cardoso Palma Filho.
O presidente da Funadesp (Federação Nacional das Escolas Particulares), José Augusto de Mattos Lourenço, disse que a federação e o Siesp (Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino no Estado de São Paulo) não são contrários à avaliação: "Avaliar é obrigação do poder público. O que não queremos é o ranqueamento".
Para ele, o ranking é nocivo pois não dá a dimensão exata da qualidade da escola e pode servir de "propaganda" para algumas instituições. "O governo deveria avaliar melhor a forma de verificar o conhecimento dos estudantes."
Além disso, Lourenço diz que o Saresp é "incompleto", pois analisa só o aluno e deixa de fora as condições de estudo, como a infraestrutura da escola e a qualidade dos professores.
Atualmente, a rede particular tem 8.900 escolas e 1,8 milhão de alunos.
Particulares terão "provão"
Os sindicatos do Distrito Federal, Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro também devem realizar uma avaliação unificada da rede nas 6ª e 9ª séries do ensino fundamental e na 3ª série do nível médio. O exame deve ser aplicado no meio do ano.
"A prova avaliará o aluno, o professor e a escola, e os pais também responderão a um questionário. Assim, teremos um resultado mais global e a escola terá mais condições para sanar suas dificuldades", diz Lourenço. O exame já foi aplicado em São Paulo no ano passado, mas em formato experimental, para cerca de 400 escolas.
Números de 2008
O último Saresp, aplicado em novembro, teve participação de cerca de 2,1 milhões de estudantes paulistas, sendo 1,8 milhão da rede estadual e 340 mil de escolas particulares e municipais.
O valor desembolsado pelo governo para a aplicação do exame foi de R$ 17,9 milhões. Municípios e escolas particulares tiveram que pagar R$ 9,88 por aluno.
Como foi a prova
O exame avaliou alunos das 2ª, 4ª, 6ª e 8ª séries do ensino fundamental e da 3ª série do ensino médio. Os alunos da 2ª série do fundamental tiveram questões abertas, em língua portuguesa e matemática. Para a 4ª, foram aplicadas 24 questões de múltipla escolha em língua portuguesa e matemática.
Os alunos das 6ª e 8ª séries do fundamental e da 3ª do ensino médio tiveram também questões de ciências (química, física e biologia no ensino médio), totalizando 24 perguntas. A redação foi exigida para todas as séries, com exceção da 2ª.
O resultado da avaliação de 2008 deve ser divulgado em abril, segundo informou a Secretaria de Estado da Educação. Veja o
desempenho das escolas no Saresp 2007.
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