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Josef Stalin Ditador soviético

21/12/1879, Gori, Geórgia<p>5/3/1953, Kunzewo, Rússia

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

08/08/2005 17h53

Ossip (em georgiano) ou Iosif (em russo) Vissarionovich Djugatchvili, dito Stalin, filho de um sapateiro e de uma lavadeira, perdeu o pai cedo e, tendo também perdido os outros irmãos, foi criado pela mãe.

Após os primeiros estudos na escola religiosa russo-ortodoxa de sua cidade natal, foi enviado para o seminário na capital georgiana, Tbilisi (ou Tiflis). Revoltado com a disciplina do estabelecimento e influenciado pela leitura de romancistas realistas russos e de Darwin, acabou expulso do seminário, no último ano de estudos, 1899.

Entrou quase que imediatamente para a luta revolucionária. Militante do movimento social-democrático, membro do comitê clandestino de Tbilisi, em 1902 é preso e deportado para a Sibéria, de onde foge em 1904.

Em 1905 organiza uma greve geral em Baku; encontra Lênin no congresso partidário realizado na Finlândia. Preso novamente em 1908, é banido para Vologda, de onde foge no ano seguinte, dirigindo-se em junho para São Petersburgo. Eleito para o comitê central do Partido Comunista Bolchevique, é preso mais uma vez em 1910. Foge em meados do ano seguinte.

Em 1912, colabora na fundação do jornal partidário Pravda (Verdade). Novamente preso em 1913, é exilado para o círculo polar ártico, de onde seria libertado, em março de 1917, pelo governo Kerenski. Dedica-se, então, inteiramente ao trabalho no Pravda.

Revolução Russa

Em 1913 adota o nome por que ficaria conhecido: Stalin (homem de aço). Desempenha, na Revolução de Outubro de 1917, um papel principalmente de organizador. É nomeado comissário das Nacionalidades no Conselho dos Comissários do Povo.

Durante a guerra civil, participa ativamente da luta, sendo inicialmente enviado a Tsaritsin, cidade às margens do Volga que - de 1925 a 1961 - seria chamada de Stalingrado. O primeiro desentendimento sério entre Stalin e Trotski ocorre na luta em Tsaritsin, por questões de estratégia militar.

A 3 de fevereiro de 1922, Stalin é eleito secretário-geral do Partido Comunista da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS). Em 1923, no congresso do partido, Stalin ataca abertamente a tese de Trotski sobre a "revolução permanente". Com a morte de Lênin, a 21 de janeiro de 1924, Stalin une-se a Kamenev e Zinoviev, sendo eleito sucessor de Lênin.

A luta aberta entre Stalin e Trotski é vencida pelo primeiro. Stalin também afasta da direção seus próprios aliados, Kamenev e Zinoviev, que discordam da tese do "socialismo em um só país", defendida por Stalin. Este perseguirá até a morte seus três oponentes.

Coletivização forçada da agricultura

Senhor da chefia do governo, Stalin dá início às reformas com que visa, primordialmente, ao fortalecimento da URSS. Lança o primeiro plano quinquenal em 1928, com o objetivo de priorizar a industrialização e "edificar o socialismo", passando para o Estado o controle de toda a atividade econômica.

Em 1929-1930 dedica-se à coletivização da agricultura, liquidando camponeses - pequenos, médios ou grandes proprietários de terras. São todos executados ou deportados em massa com suas famílias.

Expurgos

No segundo plano quinquenal, procura dar maior ênfase ao desenvolvimento da indústria leve. Em 1936, ordena o início dos famosos processos de Moscou, que resultam em amplo expurgo nos quadros partidários, criando um clima generalizado de terror em todo o país. Milhares são presos, torturados e mortos. Nem mesmo as forças armadas ficam imunes, e vários de seus principais dirigentes são fuzilados.

Segunda Guerra Mundial

A 23 de agosto de 1939 firma um pacto de não agressão com a Alemanha hitlerista. No mês seguinte, anexa à URSS a parte leste da Polônia. Em março e setembro de 1940, respectivamente, ocupa partes da Finlândia e da Romênia.

Em 22 de junho de 1941, a Alemanha declara guerra à URSS. Stalin assume o comando supremo das forças armadas soviéticas, com o posto de marechal, em março de 1943.

Stalin passa a insistir com as nações ocidentais, já em guerra com a Alemanha, para que abram nova frente de luta, a fim de aliviar o campo soviético. Dissolve, em 1943, o Komintern, organização encarregada de fazer a ligação com os comunistas do mundo inteiro.

Participa de conferências com os dois dirigentes supremos dos EUA e do Reino Unido - Roosevelt e Churchill - em Teerã (1943), Ialta (1945) e Potsdam (1945 - com Harry Truman, que assumira a presidência dos EUA depois da morte de Roosevelt), estabelecendo as bases para o desenvolvimento e o desfecho da Segunda Guerra Mundial.

Terminada a guerra, já no começo de 1946 acentua-se a divisão entre os aliados da véspera, e Stalin passa a atacar os EUA como "imperialistas". É o início da Guerra Fria. Em 1947, ressuscita o Komintern, sob o nome de Kominform.

O bloqueio de Berlim - de 31 de março de 1948 a 12 de maio de 1949 - leva a divisão entre os dois campos a um ponto crítico. As divergências entre as principais nações capitalistas e o grupo socialista liderado pela URSS persistem até muito depois da morte de Stalin.

Stalinismo

Em 1953, no 20º Congresso do Partido Comunista da URSS, o sucessor de Stalin, Kruschev, denuncia o "culto da personalidade" stalinista e os crimes e atrocidades atribuídos a Stalin.

Político duro e sem escrúpulos, Stalin usou seu poder para destruir todos os que surgiram em seu caminho. Temido e admirado, é, muitas vezes, retratado como um homem de inteligência medíocre, que conseguiu seu poder graças, exclusivamente, à esperteza impiedosa. Essa avaliação, contudo, é uma subestimação, pois a ideologia concebida por Stalin - que passou à história com o nome de stalinismo - teve grande importância na consolidação do regime soviético e de suas terríveis injustiças.

Enciclopédia Mirador Internacional; Dicionário do Pensamento Marxista (Jorge Zahar Editor)