Meninas do Brasil
Para você que vai cair na folia, mas também para você que foge do Carnaval, deixo sugestão para uma pausa. Reserve 23 minutos do seu tempo para assistir ao minidocumentário “Essa é Minha Vez!” no canal Youtube Plan Brasil TV.
O vídeo idealizado pela Plan International – ONG que atua pela proteção de crianças e adolescentes no Brasil e em mais de 70 países – registra as histórias de nove meninas, que relatam suas diferentes experiências de vida relacionadas a temas como desigualdade e preconceito.
O minidocumentário exibe momentos de um projeto (“This is My Moment”, na versão em inglês) realizado em 2015 no Brasil, mas também e simultaneamente nas Filipinas, Quênia e Paquistão.
Coisa de gente grande
No Brasil, o projeto “Essa é Minha Vez!” começou com encontros locais de 20 meninas em cada um dos Estados – Maranhão, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Pará e Distrito Federal -, de modo a representar as cinco regiões do país.
Nesses grupos, as meninas (adolescentes entre 14 anos e 19 anos de idade) puderam refletir sobre suas vidas, seus direitos, dificuldades e objetivos. Em uma etapa seguinte, duas meninas de cada região foram selecionadas para um encontro em Brasília. Desse grupo, então, duas delas foram eleitas pelas próprias colegas para concretizar a ambição do projeto: levar a “Declaração das Meninas do Brasil” aos líderes mundiais reunidos na Assembleia da Organização das Nações Unidas, em Nova York, em setembro de 2015.
A iniciativa da Plan International pautou-se pelo desafio que os países-membros da ONU assumiram com a adoção dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Essas novas metas substituem os Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM), instituídos em 2000 e que vigoraram durante 15 anos, com foco principalmente na erradicação da miséria.
Assim, duas jovens, uma do Rio de Janeiro e outra do Maranhão, ambas com 17 anos de idade, tornaram-se porta-vozes das demais meninas do Brasil que elegeram saúde, educação, proteção e profissionalização como suas prioridades. Identificaram problemas e, na declaração, apontaram sugestões de investimentos ao governo brasileiro.
O documento foi formalmente entregue na ONU junto com aqueles produzidos pelas meninas das Filipinas, Quênia e Paquistão. Além disso, as representantes brasileiras participaram de eventos sobre questões de gênero com outras delegações estrangeiras. Também puderam se emocionar com a apresentação que Malala Yousafzai, a jovem paquistanesa que recebeu o Prêmio Nobel da Paz em 2014, fez na Assembleia Geral.
Gênero feminino
Em todo o mundo, seja por padrões culturais retrógrados e imposições religiosas, seja por pressões políticas e até econômicas, as mulheres são vítimas do que se chama de desigualdade de gênero. Tal comportamento se manifesta por atitudes de preconceito, agressões físicas e absoluta exclusão de direitos.
Desde pequenas, em diferentes localidades e em diferentes circunstâncias, mulheres são vulneráveis à violência social que lhes proíbe o estudo, a opinião e a liberdade. E, no entanto, o que elas pedem é a oportunidade de relações equilibradas e dignas às quais todo ser humano tem legítimo direito.
Bons exemplos surgem das reivindicações das próprias meninas. Em saúde, elas pedem programas de qualidade, prevenção, acesso à informação sobre a saúde, acesso à educação sexual na escola. Em proteção, elas querem leis efetivas que as protejam de fato contra o tráfico e a comercialização de meninas e mulheres. Em educação e profissionalização, elas propõem que as escolas sejam um lugar seguro em que sejam tratadas com respeito, livres de assédio, abuso e violência sexual.
Esses são apenas alguns tópicos da Declaração das Meninas do Brasil, mas, por eles já dá para sentir porque a questão de gênero é tão importante para uma sociedade como a nossa, que precisa se formar justa e próspera.
* Homenagem a Engel Paschoal (7/11/1945 a 31/3/2010), jornalista e escritor, criador desta coluna.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.