Barroco (2) - No Brasil, com ouro e influências locais
Valéria Peixoto de Alencar*, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
O Barroco chegou ao Brasil no século 17 e se estendeu até o 18.
O ouro, descoberto principalmente em Minas Gerais, além de enriquecer os cofres portugueses, transformou a sociedade brasileira.
As cidades cresceram e enriqueceram e as construções se aprimoraram graças à corrida em busca do ouro.
O barroco brasileiro
Vieram da Europa, neste período, arquitetos, pintores e escultores interessados nas riquezas do Brasil, que trouxeram o estilo do barroco.
Os jesuítas aportaram em terras brasileiras com a missão de converter ao catolicismo os povos indígenas e os escravos africanos. Nesse contexto nasceu, na arquitetura religiosa brasileira, o maior expoente do barroco.
Observe o interior da igreja que aparece na foto. Compare-a com as características típicas do barroco, explicadas no texto Barroco - Igreja impulsiona arte sacra
O altar, marca do barroco, é como um cenário teatral onde acontece um espetáculo. O exagero do dourado é um elemento característico, como se Deus estivesse ajudando a descoberta do ouro.
Barroco em Minas Gerais, São Paulo e no Nordeste
O fato de o ouro estar em Minas Gerais fez com que o barroco mineiro se tornasse o mais conhecido. Consequentemente, aí teve a maior produção e difusão.
No entanto, as cidades litorâneas do Nordeste (Recife e Salvador) também assistiram à estética barroca, financiada pela cana-de-açúcar.
Também são encontradas representações do estilo no Rio de Janeiro e em São Paulo e nas rotas dos bandeirantes.
Características do barroco brasileiro
Além das mesmas características do europeu, incorporam-se ao barroco brasileiro elementos das culturas indígena e africana.
Como o Renascimento praticamente não existiu aqui, os artistas barrocos daqui não tinham o intuito de combater aquele movimento, nem seus ideais humanistas. A Igreja católica, então, afirmava seu poder através das Missões.
Por outro lado, era perseguida a religiosidade dos povos indígenas e africanos; para tanto, a estética barroca aceitava a introdução de elementos dessas culturas.
Exemplo disto são as representações de imagens de santos com traços étnicos africanos e peças de teatro escritas pelo padre José de Anchieta para serem representadas pelos índios nas igrejas. Eram artifícios para estimular a conversão desses povos.