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Fotografia - Como a técnica foi inventada

Valéria Peixoto de Alencar*, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

(Atualizado em 07/01/2014, às 18h30)

Desde seu surgimento, em 1826, pelas mãos do francês Joseph Nicéphore Niépce, às minicâmeras embutidas em celulares, a fotografia evolui a passos largos. Entenda como se deu essa história fascinante.

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Esquema da câmara obscura

Palavra de origem grega que significa "desenhar com luz", fotografia é a técnica de gravação por meios mecânicos e químicos ou digitais de uma imagem sobre uma camada de material sensível à exposição luminosa, o suporte. Surgiu das tentativas de vários pesquisadores que, independentemente, trabalharam para aperfeiçoar os métodos de impressão sobre papel. Niépce, hoje reconhecido como seu inventor, teve a idéia de unir dois fenômenos conhecidos:

  • Um fenômeno físico, já utilizado por artistas pelo menos desde a época de Leonardo Da Vinci: a câmara obscura;
  • Um fenômeno químico para fixar as imagens geradas pela câmara obscura: a fotossensibilidade dos sais de prata, comprovada pelo físico alemão Johann Heinrich Schulze desde 1727.

    Niépce utilizou uma placa de estanho coberta com betume (não sabe o que é betume? Clique e consulte o dicionário Houaiss) e produziu uma câmera que exigia cerca de oito horas de exposição à luz solar, invenção que batizou de heliografia. Morreu em 1839, antes de vê-la aclamada. Quem levou a fama durante muito tempo foi seu sócio Louis Jacques Mandé Daguerre, que, em 1835, substitutiu a placa de estanho por uma de cobre coberta com prata polida. Ele denominou sua máquina de daguerreótipo e o processo de daguerreotipia, para ter certeza de que a humanidade não o esqueceria, como havia acontecido com Niépce.

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    A fotografia mais antiga já encontrada, de 1826, feita por Niépce.

    Novas técnicas

    Também em 1835, o inglês William Henry Fox Talbot, em vez de placas de metal, utilizou folhas de papel cobertas com cloreto de prata e inventou o "desenho fotogênico", conhecido pelo nome de calotipia. Esse processo é muito semelhante ao processo fotográfico utilizado hoje pelas câmeras mecânicas, pois produz um negativo que pode ser utilizado para a reprodução de inúmeras cópias, diferentemente do daguerreótipo, que produzia uma única imagem.

    A invenção de Daguerre foi melhor sucedida inicialmente inicialmente por agradar a burguesia emergente que preferia queria um retrato exclusivo, mas não tinha recursos para pagar um pintor.

    15 minutos de exposição

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    Os estúdios de retratistas só começaram a proliferar em 1842, quando o aumento da sensibilidade das placas e a criação da lente objetiva por Joseph Petzval reduziram o tempo da pose de 15 minutos para 24 segundos. Imagine se você tivesse que ficar 15 minutos parado depois que o fotógrafo dissesse "xis", para que a foto fosse feita!

    Como as pessoas a serem fotografadas não podiam se mover, havia, acoplada à câmera de daguerrotipia (figura de número 1, no desenho ao lado), um suporte para fixar a cabeça do modelo, fixado na cadeira (2). O equipamento montado ficava como mostra o desenho 3.

    No Brasil

    Não era só na França e na Inglaterra que havia gente tentando desenvolver a fotografia no início do século XIX. Em 1824, chegou ao Brasil o pintor e naturalista francês Antoine Hercule Romuald Florence. Por volta de 1833, morando aqui, ele fotografou através de uma câmara obscura com uma chapa de vidro e usou papel sensibilizado para a impressão por contato. Mesmo distante e sem conhecimento dos feitos de seus contemporâneos Niépce e Daguerre, obteve resultados semelhantes em seus experimentos, que chamou pela primeira vez de "photographie".

     

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