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Biomas de transição - Estuários, dunas, manguezais e praias

Maria Sílvia Abrão, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

(Atualizado em 18/11/2013, às 17h58)

Além de dividir os ecossistemas em aquáticos e terrestres, podemos também falar em ecossistemas de transição (ou biomas de transição), que, como o nome diz, está em trânsito entre os dois primeiros, ou melhor, representa a passagem de um para outro.

Nessas zonas de transição, distribuídas pelo planeta, desenvolvem-se ecossistemas semelhantes onde as zonas climáticas são semelhantes. Como já se disse, mais correto que empregar o termo ecossistema, é usar a palavra bioma, pois aqui se fala do meio físico, sem levar em conta as interações entre os seres vivos e o ambiente (que caracterizam o ecossistema). Vamos agora conhecer os biomas de transição.

Estuários

  • Reprodução/Ecoviagem

    Estuário do São Francisco no Estado de Alagoas

Nas desembocaduras de rios nos mares, temos um ambiente de transição típico, os estuários. Eles englobam a foz do rio e as terras vizinhas. Nessas regiões existe grande variação na salinidade em função dos fluxos de maré.

Os estuários têm grande quantidade de nutrientes e muita produtividade. São também o berçário de muitas espécies de peixes e crustáceos. Tanto a maré como o rio trazem nutrientes para essas áreas. Aparecem aí caranguejos, camarões e peixes (como linguado e o bacalhau pequeno). Muitas espécies de pássaros, como a garça e os pelicanos, voam para os estuários, a fim de se alimentar.

No mundo todo, são encontradas áreas frequentemente inundadas e que possuem espécies de pasto (vegetação herbácea) nas regiões costeiras. As plantas e animais que habitam essas regiões estão adaptados à variação de salinidade, a inundações periódicas e temperaturas extremadas. Alguns exemplos são os plânctons, várias espécies de invertebrados e de peixes.

Manguezais e praias

  • Débora Costa e Silva/UOL

    Manguezal próximo à Ilha da Cocaia, em Cabo de Santo Agostinho, Pernambuco

Nas regiões tropicais essas terras umedecidas por águas salgadas formam os manguezais, os quais possuem árvores adaptadas ao alto teor de sal da região. As árvores dos manguezais possuem um tipo de raiz que ajuda a estabilizar o terreno, ajudando a reduzir a erosão.

Podemos considerar as praias como outro ambiente de transição. Estas se formam quando há um abastecimento de areia, trazidas pelas correntes marinhas, através das ondas. Na zona intermaré vivem alguns moluscos, crustáceos e vermes.

Dunas

  • Canindé Soares/UOL

    Dunas de Genipabu, na região metropolitana de Natal (RN)

A partir da praia, em direção à costa, encontramos as dunas, as quais são construídas por areias carregadas pelo vento. Nessas dunas de areia aparecem as plantas pioneiras, algumas plantas rasteiras, que se desenvolvem onde não existem outras plantas e seguram a areia e um pouco de matéria orgânica.

As raízes desses vegetais são fibrosas e alcançam a água do subsolo. Suas sementes muitas vezes são trazidas pelos pássaros promovendo a colonização dessas dunas e a posterior sucessão de tipos de vegetação e de seres vivos de um modo geral.

Se não houver alteração nas dunas por muitos anos, pode-se desenvolver uma espécie de "floresta", que mantém a costa marítima. Sem a vegetação, a duna é destruída e passa a se movimentar, dificultando a manutenção da costa.

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