Pantanal - Conheça a cultura da região
O homem pantaneiro descende dos bandeirantes e dos garimpeiros que, no século 18, viajavam em canoas, através dos rios Tietê, Paraná e Paraguai, desde o interior de São Paulo, em direção às minas de metais preciosos da região de Cuiabá. Após a Guerra do Paraguai e esgotadas as minas, alguns partiram para outros garimpos, mas muitos, desiludidos com a atividade, resolveram ficar e criar gado.
No Pantanal, misturam-se a água, a terra, a fauna e a flora. Na região encontram-se 650 diferentes espécies de aves, 262 de peixes, 1.100 de borboletas, 80 de mamíferos e 50 de répteis. Sem falar nos animais sob o risco de extinção, como onças-pintadas, jacarés, veados, araras, quatis e outros. São mais de 1.700 diferentes espécies de plantas. Homem e mulheres que vivem no Pantanal respeitam a natureza e suas adversidades. Conhecem o movimento das secas e das enchentes, que são responsáveis pela vida na região.
Movimento das águas
Os rebanhos viviam de acordo com o movimento das águas. Na época da enchente, eram levados para as áreas mais altas. Quando as águas baixavam, vinham comer o pasto dos campos baixos. O pantaneiro, além de canoeiro e vaqueiro, tornou-se um hábil caçador e pescador. Tem nas veias o sangue do bandeirante português, do sertanista paulista, e dos índios, de quem recebeu a agilidade física e o conhecimento da natureza.
Sua música, vestuário, linguagem e alimentação traduzem todas essas influências e mais: as novidades que chegavam do Paraguai, da Argentina e da Bolívia, trazendo novos hábitos e costumes, como o chá de erva-mate consumido gelado em cuias feitas de chifres de boi.
O vaqueiro do Pantanal usa chapéu de palha de abas largas ,calças jeans e camisa ou camiseta de mangas curtas. Na cintura, por debaixo do cinturão de couro, há uma faixa de algodão colorida, onde leva um facão com bainha de couro. Nos pés, botinas de couro com elástico.
Comida típica pantaneira
Sua alimentação é baseada na farinha, carne, feijão, arroz e mandioca e em frutos, raízes e legumes da região. Os peixes também integram a culinária, acompanhados de arroz tropeiro, mandioca frita, e feijão e salada. Há ainda a paçoca, uma farofa de carne-seca frita e moída no pilão com farinha; e o rurrundu, um doce feito de mamão verde e rapadura.
Nos últimos anos, com o aumento do turismo, o peão pantaneiro, aos poucos vai perdendo sua cultura e mudando seus hábitos. O vaqueiro tradicional está ganhando uma tarefa extra, a de guia turístico, já que muitas fazendas estão se transformando em pousadas. A melhor época para conhecer a vida pantaneira é entre maio e setembro. Nesse período, as águas estão baixando e há peixes em abundância e pássaros em busca de comida.
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