Filosofia antiga - Panorama dos pré-socráticos ao helenismo
Heidi Strecker, Especial para Página 3 Pedagogia & Comunicação
(Atualizado em 05/05/2014, às 12h52)
A filosofia é um saber específico e tem uma história que já dura mais de 2.500 anos. A filosofia nasceu na Grécia antiga - costumamos dizer - com os primeiros filósofos, chamados pré-socráticos. Mas a filosofia não é compreendida hoje apenas como um saber específico, mas também como uma atitude em relação ao conhecimento, o que faz com que seus temas, seus conceitos e suas descobertas sejam constantemente retomados.
A história da filosofia coloca em perspectiva o conhecimento filosófico e apresenta textos e autores que fundamentam nosso conhecimento até hoje.
A história da filosofia na Antiguidade pode ser dividida em três grandes períodos: o período pré-socrático, a Grécia clássica e a época helenística.
Pré-socráticos
Os filósofos que viveram antes da época de Sócrates, como Parmênides e Heráclito, investigaram a origem das coisas e as transformações da natureza. De seus textos só restaram fragmentos. O conhecimento especulativo no período pré-socrático não se distinguia dos outros conhecimentos, como a astronomia, a matemática ou a física.
Tales de Mileto foi o primeiro pensador que podemos chamar de filósofo. Como outros pré-socráticos, Tales dedicou-se a caracterizar o princípio ou a matéria de que é feito o mundo. Sustentou que este princípio era a água.
A Grécia clássica
No período clássico, a filosofia vinculou-se a um momento histórico privilegiado - o da Grécia clássica. Nesse período, que compreende os séculos 5 a.C. e 4 a.C., a civilização grega conheceu seu apogeu, com o esplendor da cidade de Atenas. Essa cidade-estado dominou a Grécia com seu poderio militar e econômico.
Adotando a democracia como sistema político, Atenas assistiu a um florescimento admirável das ciências e das artes. Foi esse período histórico que deu origem ao pensamento dos três maiores filósofos da Antiguidade: Sócrates, Platão e Aristóteles.
Sócrates não deixou uma obra escrita, mas conhecemos seu pensamento através das obras de seu discípulo Platão. Este não escreveu uma obra sistemática, organizada de forma lógica e abstrata, mas sim um rico conjunto de textos em forma de diálogo, em que diferentes temas são discutidos. Os diálogos de Platão estão organizados em torno da figura central de seu mestre - Sócrates.
Platão e Aristóteles
O conhecimento é resultado do convívio entre homens que discutem de forma livre e cordial. No livro "A República", por exemplo, temos um grupo de amigos que incluem o filósofo Sócrates, dois irmãos de Platão - Glauco e Adimanto - e vários outros personagens, que serão provocados pelo mestre. O diálogo vai tratar de assuntos relacionados à organização da sociedade e à natureza da política. A palavra política vem do grego polis, que significa cidade ou Estado.
Aristóteles - ao contrário de Platão - criou uma obra sistemática e ordenada. A filosofia aristotélica cobre diversos campos do conhecimento, como a lógica, a retórica, a poética, a metafísica e as diversas ciências. No livro "A Política", Aristóteles entende a ciência política como desdobramento de uma ética, cuja principal formulação encontra-se no livro "Ética a Nicômaco".
Helenismo
O período helenístico corresponde ao final do século 3 a.C. (período que se sucede à morte de Alexandre Magno, em 323 a.C.) e se estende, segundo alguns historiadores, até o século 6 d.C. As preocupações filosóficas fundamentais voltam-se para as questões morais, para a definição dos ideais de felicidade e virtude e para o saber prático.