Inclusão digital - Telefone, computador e conexão

A inclusão digital pode ser medida de três formas: pelo uso da telefonia (fixa ou celular), pela utilização de computadores e pela conexão de computadores à internet (entende-se que o acesso à internet seja o ponto culminante da inclusão digital).

Nos últimos anos, o conceito de "inclusão digital" tornou-se bastante conhecido, motivando iniciativas de empresas, elaboração de políticas governamentais e mobilização da sociedade civil, para se romper as barreiras do acesso das classes menos favorecidas às tecnologias digitais.

Contudo, a inclusão social não se resume apenas a medidas que permitam aos cidadãos de baixa renda ter acesso ao computador, devendo se levar em conta também o peso que essas novas tecnologias representam na produção de bens e serviços. Se um país não possui infra-estrutura de telecomunicações de boa qualidade, certamente não atrairá investidores.

Ou seja, é impossível, na atualidade, existir uma nação desenvolvida onde as empresas não se utilizem da tecnologia de informação para se estruturar. Logo, capacitar pessoas para o mundo da informática é apenas uma das etapas da inclusão digital.

Iniciativas no Brasil

Atualmente, as iniciativas brasileiras mais fundamentadas na área das tecnologias digitais se concentram nas regiões Sul e Sudeste. Na cidade de São Paulo, através da atuação da Coordenadoria do Governo Eletrônico, há mais de 280 telecentros (pontos comunitários de acesso a computadores) espalhados pela cidade. Já passaram por essas unidades mais de 630 mil usuários. E, desse total, mais de 100 mil fizeram cursos básicos de informática.

O governo do Estado também segue na mesma linha, por meio do programa Acessa São Paulo, que disponibiliza 409 postos - em funcionamento na capital e no interior -, sendo que 100 novos postos estão planejados para o ano de 2008. O sistema tem 1,45 milhão de usuários cadastrados.

Desigualdade

Um estudo elaborado pela Rede de Informação Tecnológica Latino-Americana (Ritla) junto com o Ministério da Educação brasileiro aponta que o atual quadro de disparidades regionais e sociais do acesso à internet no Brasil pode se agravar no futuro, caso não sejam tomadas medidas que atendam igualmente a todas as regiões do país.

Apesar de o governo federal ter anunciado, em 2008, investimentos de 400 milhões de dólares até 2010, para levar ferramentas de informática a 130 mil escolas públicas espalhadas pelo país, os dados apontam que a inclusão digital irá se concentrar em torno do eixo centro-sul do país, em detrimento das regiões Norte e Nordeste, o que torna desigual o direito das pessoas se comunicarem.