Raios - Descargas elétricas nascem da agitação intensa de elétrons dentro das nuvens
Os relâmpagos são descargas elétricas semelhantes às correntes elétricas que passam pelos fios das residências. No entanto, são milhares de vezes mais fortes. Tão fortes que ao passarem pela atmosfera deslocam o ar e produzem um barulho intenso, o trovão. Vemos o relâmpago antes de ouvir o trovão porque a luz é mais rápida que o som.
Existem vários tipos de relâmpagos: os que ocorrem dentro das nuvens, entre duas nuvens e até das nuvens para o alto. Os relâmpagos que ocorrem entre as nuvens e o solo são chamados de raios. A corrente elétrica de um raio pode alcançar 20 mil amperes - o que corresponde a mil chuveiros elétricos.
Produzidas em formações como cúmulos e cúmulos-nimbos, essas descargas resultam da movimentação vertiginosa de elétrons dentro das nuvens.
Mortes e prejuízos
O Brasil é campeão mundial em ocorrência de raios - foram mais de 60 milhões em 2008. Isso se deve à dimensão continental do país e à sua localização, já que os trópicos formam a região mais quente do planeta. A chance de um brasileiro ter sido atingido por um raio em 2008 foi de uma em 2,5 milhões. O perigo maior esteve em Alagoas e Tocantins, com uma possibilidade em 500 mil; e o menor, no Rio de Janeiro, na Bahia e no Pará, com uma em 7,5 milhões.
O número de mortes causadas por descargas atmosféricas preocupa especialistas e organismos da defesa civil. Em 2008, 75 brasileiros morreram fulminados - em 2007 foram 47 casos. Antes do recorde de 2008, o ano com mais registros de mortes por descargas atmosféricas foi 2001, que somou 73 casos.
As regiões Norte e Nordeste foram as mais atingidas, mas a maioria das vítimas era do Sudeste. E seis entre dez mortes ocorreram no verão, vitimando sobretudo homens, ao ar livre, na zona rural. Das 75 vitimas fatais, 63% estavam em áreas rurais, 22% em zonas urbanas, 10% em rodovias e 5% no litoral.
Fora as mortes, os raios causam também um prejuízo de R$ 2 bilhões à economia do Brasil todo ano, apurou o Grupo de Eletricidade Atmosférica (ELAT), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. O setor elétrico acumula perdas de cerca de R$ 600 milhões por ano, seguido do setor de telecomunicações, com prejuízos de R$ 100 milhões. Também são atingidos os setores de eletroeletrônicos, construção civil, aviação, agricultura, pecuária - e, em consequência, o setor de seguros.
Segurança contra as descargas elétricas
Embora a previsão de temporais seja atividade corriqueira nos serviços de meteorologia, o efeito dos raios sobre pessoas e edificações impõe desafios permanentes aos organismos de defesa civil, tendo em vista que não há como prever em que local um raio cairá, embora existam indicadores, como a formação de nuvens.
Também não há nenhum método conhecido que evite a ocorrência de um relâmpago. Mesmo construções devidamente protegidas já sofreram o "ataque" de raios, enquanto outras, desprotegidas, às vezes ao lado das primeiras, nada sofreram.
Contudo, a invenção do para-raios permitiu maior segurança contra as descargas atmosféricas. Ele faz parte do que hoje se chama de sistema de proteção. Esses sistemas foram feitos para proteger construções e seus ocupantes dos efeitos da eletricidade dos relâmpagos. Eles criam um caminho, com um material de baixa resistência elétrica, para que a descarga entre ou saia pelo solo com um risco mínimo às pessoas presentes no local.
Um dos cuidados básicos para fugir ao alcance dos raios é o abrigo em estruturas fechadas, como casas e automóveis (embora o material metálico possa atrair descargas, elas não têm o poder de penetrar nos veículos). Outras recomendações: nunca ficar sob árvores isoladas e sempre afastar-se do mar, de lagos, rios e piscinas. Falar ao celular não é problema, desde que o aparelho não esteja ligado na rede elétrica.
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