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Mitologia grega - Os mitos gregos e sua influência na cultura ocidental

Da Página 3 Pedagogia & Comunicação

Ao escutarmos a palavra "mitologia", quase automaticamente a associamos à palavra "grega". De fato, a mitologia grega ganhou destaque sobre a mitologia de vários outros povos pela própria influência que a civilização e o pensamento grego exerceram sobre o mundo, em particular sobre o Ocidente. Para se ter uma ideia dessa influência, basta lembrar que a filosofia e a matemática, por exemplo, são "invenções" gregas.

Da mesma maneira, a maioria das palavras que dão nome às ciências têm origem grega: física, geografia, biologia, zoologia, história, etc. Também vêm do grego as palavras que designam os relacionamentos dos seres humanos entre si e em sociedade. É o caso de palavras essenciais, como ética, política e democracia.

Herança grega

Se conseguimos compreender a importância da herança grega para nossa civilização contemporânea - que está cerca de 3000 anos distante dela - não é difícil imaginar a influência que os gregos exerceram nas civilizações que lhes eram mais próximas em termos temporais. É o caso dos romanos, por exemplo, que dominaram a Grécia política e militarmente. No entanto, culturalmente, adaptaram-se aos modelos gregos.

Mas podemos ir mais além. Se o fim do Império Romano do Ocidente, em 476 d.C., representa o fim da influência greco-romana nos padrões culturais do mundo ocidental, que passou a ser modelado pelo cristianismo, por outro lado, a cultura e a mitologia greco-romana são retomadas ao fim da Idade Média no período que ficou conhecido como Renascimento, bem como no século 18, quando se desenvolve um movimento cultural conhecido como Neoclassicismo.

Religião e arte

Por outro lado, é importante deixar claro que a mitologia grega ou greco-romana, em suas origens mais remotas está ligada a uma visão de mundo de caráter religioso. Ao contrário, à medida que avançamos no tempo em direção aos nossos dias, a mitologia vai se esvaziando do significado religioso e ganhando, principalmente, um caráter artístico. Em outras palavras, no século 15, ao retratar uma deusa greco-romana como Vênus, o pintor Sandro Botticelli não a encarava como uma entidade religiosa, mas como um ideal estético de beleza.

Na verdade, mesmo em termos de Antiguidade, é muito difícil fazer uma separação entre mitologia e arte. A arte da Grécia antiga, por exemplo, trata essencialmente de temas mitológicos. E foi através da arte que tomamos contato com a mitologia grega: além de uma grande quantidade de templos (arquitetura), de esculturas, baixo-relevos e pinturas, a literatura grega é a principal fonte que temos dessa mitologia. Em especial, podemos destacar a obra de Homero, a "Ilíada" e a "Odisseia", que datam provavelmente do século 9 a.C., e a de Hesíodo, "Teogonia", escrita possivelmente no século seguinte.

Homero e Hesíodo

Essas três obras podem ser consideradas as fontes básicas para o conhecimento da mitologia grega. A "Teogonia" narra a origem dos deuses (Theos, em grego, significa deus). Já a "Ilíada" e a "Odisseia" tratam de aventuras de heróis, respectivamente Aquiles e Odisseu, embora a participação dos deuses em ambas as narrativas sejam fundamentais. No entanto, além delas existem ainda muitas outras obras antigas que têm como personagens entidades mitológicas - sejam deuses, semi-deuses ou heróis.

Entre elas, merecem destaque as tragédias (obras teatrais) de Ésquilo, Sófocles e Eurípedes, pois através delas conseguimos perceber com maior facilidade o significado simbólico que os mitos têm para a própria existência humana. Por meio delas, talvez se evidencie mais o significado que os mitos têm em termos psicológicos, que acabaram levando psiquiatras como Sigmund Freud e Carl Jung a analisar o significado dos mitos.

Vamos deixar de lado, porém, o significado ou os significados dos mitos. Tudo o que se disse até agora teve como exclusiva função apresentar o contexto que envolve os mitos apenas para podermos apresentar a você, leitor, os próprios mitos, ou melhor, pelo menos alguns deles.

A luta pelo poder

É interessante começar dizendo que os gregos não acreditavam que o universo tivesse sido criado pelos deuses. Ao contrário, eles acreditavam que o universo criara os deuses. Antes de mais nada, existiam o Céu e a Terra, que geraram os Titãs, também chamados de deuses antigos. O mais importante deles foi Cronos (ou Saturno, para os romanos), que reinou sobre todos os outros. No entanto, o Destino - uma entidade à qual os próprios deuses estavam submetidos - determinara que Cronos seria destronado por um de seus filhos. Por isso, mal eles saíam do ventre materno, Cronos os devorava.

Réia, sua mulher, resolveu salvar seu último filho, escondendo-o do marido. Este filho, Zeus, cumpriu a profecia, destronou Cronos e retirou de seu estômago todos os irmãos que haviam sido devorados. Com eles, Zeus passou a reinar sobre o mundo, de seu palácio no topo do monte Olimpo. A corte de Zeus era formada por outros onze deuses, seus irmãos, sua esposa e seus filhos, como se vê a seguir:

Zeus (nome latino: Júpiter)
Era o senhor do céu, o deus das nuvens e das chuvas, e tinha no raio a sua maior arma. No entanto, não era onipotente. Era possível opor-se a ele ou mesmo enganá-lo.

Poseidon (nome latino: Netuno)
Irmão de Zeus, era o senhor do mares e ocupava o segundo lugar na hierarquia do Olimpo.

Hera (nome latino: Juno)
Irmã e mulher de Zeus. Era a protetora dos casamentos. Muito ciumenta, vingava-se sempre dos constantes relacionamentos adúlteros do marido.

Hades (nome latino: Plutão)
Dominava o mundo subterrâneo, onde habitavam os mortos: o Tártaro, onde eram punidos os vilões, o Elíseo, onde eram recompensados os heróis.

Palas Atena (nome latino: Minerva)
Gerada da cabeça de Zeus, era sua filha favorita e a deusa da sabedoria.

Apolo (nome latino: Febo)
Filho de Zeus e Leto, era identificado com o Sol e considerado o deus da música e da cura - artes que ensinou aos homens

Ártemis (nome latino: Diana)
Irmã gêmea de Apolo, era a deusa da caça e da castidade.

Afrodite (nome latino: Vênus)
Deusa do amor e da beleza, que a todos seduzia, fossem deuses ou simples mortais.

Hermes (nome latino: Mercúrio)
Filho de Zeus e mensageiro dos deuses, dos quais era o mais esperto ou astuto. Por isso, protegia comerciantes e ladrões.

Ares (nome latino: Marte)
Filho de Zeus e Hera, é o deus da Guerra, considerado, por Homero, "a maldição dos mortais".

Hefesto (nome latino: Vulcano)
Deus do fogo, ferreiro e artesão, que fabricava os utensílios e as armas de deuses e heróis

Héstia (nome latino: Vesta)
Era o símbolo do lar e foi mais cultuada pelos romanos que pelos gregos.

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