Verbo - definição - O que é e para que serve
Lílian Campos, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação
(Atualizado em 20/06/2014 às 17h13)
Podemos entender o verbo como o elemento que, dentro de uma frase, permite àquele que fala ou escreve situar eventos no tempo com relação ao momento em que seu discurso está sendo produzido.
De uma maneira geral, verbos exprimem ações, mas muitos deles também permitem manifestar sentimentos, sensações, estados e fenômenos naturais. É próprio de um verbo evocar um processo, isto é, o desenrolar de eventos para os quais podemos identificar seu início e fim.
O verbo funciona como um articulador entre os diferentes elementos que constituem uma frase. Assim, podemos entendê-lo como um núcleo que, uma vez combinado com estes outros elementos, assegura um sentido à frase.
Se suprimido, os outros elementos são privados de um elo entre eles, o que torna difícil compreender o propósito da mensagem a ser transmitida. Vamos tomar como exemplo o trecho a seguir, extraído de um artigo publicado na Folha Online, em 15 de fevereiro de 2008, e do qual todos os verbos foram retirados:
Grupo teorias sobre o aquecimento global e IPCC
Iuri Dantas
da Folha de S.Paulo
Um grupo de cientistas na quinta-feira (14) ao ministro Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) documento que a influência da ação humana nos fenômenos das mudanças climáticas globais.
" A conservação ambiental não nada a com o aquecimento global, esta a nossa principal mensagem", Luis Carlos Molion, diretor do Instituto de Ciências Atmosféricas da Ufal (Universidade Federal de Alagoas). Os integrantes do grupo "céticos sobre a existência do aquecimento global".
Podemos ter uma ideia sobre o tema do artigo em questão? Sem dúvida, sim. Apreendemos seu sentido geral, pois as palavras que o constituem nos permitem saber que estamos diante de um texto envolvendo a opinião de um grupo de cientistas, o aquecimento global e o IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), organismo internacional responsável por pesquisas sobre mudanças climáticas. Sabemos ainda que há eventos relacionados a uma data (dia 14 de fevereiro, quinta-feira) e que o ministro Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) e o diretor do Instituto de Ciências Atmosféricas da Ufal, Carlos Molion, participam de alguma maneira no debate proposto.
No entanto, nossa compreensão plena do tema tratado no artigo está comprometida pela ausência de um elemento que articule todas as palavras entre si, o que nos permitiria saber aquilo que associa precisamente o grupo de cientistas ao ministro, qual a opinião exata de Carlos Molion sobre a conservação ambiental relacionada ao aquecimento global, e qual a ligação entre os integrantes do grupo e a expressão "céticos sobre a existência do aquecimento global".
Logo, percebemos que o verbo funciona como um elemento determinante neste contexto, a fim de permitir ao leitor a compreensão precisa da mensagem transmitida no artigo.
Vamos retomar o mesmo trecho, desta vez completo:
Grupo contraria teorias sobre o aquecimento global e critica IPCC
Iuri Dantas
da Folha de S.Paulo
Um grupo de cientistas entregou na quinta-feira (14) ao ministro Sérgio Rezende (Ciência e Tecnologia) documento que questiona a influência da ação humana nos fenômenos das mudanças climáticas globais.
"A conservação ambiental não tem nada a ver com o aquecimento global, esta é a nossa principal mensagem", disse Luis Carlos Molion, diretor do Instituto de Ciências Atmosféricas da Ufal (Universidade Federal de Alagoas). Os integrantes do grupo afirmam ser "céticos sobre a existência do aquecimento global".
Finalmente, observamos que a presença dos verbos eliminou as ambiguidades e suposições feitas anteriormente na tentativa de compreender o sentido próprio a este texto, tornando-o claro e preciso para o leitor