Inovação tecnológica impulsiona inovação pedagógica, diz professora da PUC-SP
"A inovação tecnológica não traz, sozinha, a mudança; ela impulsiona a inovação pedagógica", diz Maria Elizabeth Almeida, professora da PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo), sobre o programa UCA (Projeto Um Computador por Aluno), do governo federal. A professora, que ajudou a implantar o piloto da ação no país, diz que as inovações tecnológicas, tais como os computadores do projeto, são apenas ferramentas para que haja a inovação pedagógica", diz.
Segundo Elizabeth, que participou do 3º encontro sobre laptops na educação, em São Paulo, não há resistência por parte dos professores para a aplicação do projeto, mas a alta rotatividade dos docentes temporários das redes públicas e a rigidez dos currículos podem limitar o uso de micros em sala. "É difícil transformar a mobilidade tecnológica em mobilidade pedagógica, porque os currículos têem margem de abertura pequena. O computador provoca a abertura disso, e isso provoca o repensar sobre o que é o currículo", diz.
Durante o encontro, foi reforçada a ideia de que o docente não deve somente repassar conhecimento, mas deve ser um "facilitador", ou seja, ele também deve atender às demandas das crianças e pode, inclusive, aprender com elas.
Sala de computação x computador
A professora explica que a principal diferença entre uma sala de computação e programas que dão um computador aos alunos é que, no primeiro, não ocorre a imersão do estudante: "Não se faz mudança ou imersão indo [na sala de computação] de vez em quando. Os alunos já chegam na escola com a linguagem digital, mas o uso na sala de aula é mais intenso", diz.
"Isso não significa que seja uma digitalização da educação. O uso do computador deve ser feito quando ele traz contribuições efetivas; mas ele tem que estar à mão para que isso aconteça."
Burocracia na implantação
Ela concorda que a burocracia torna o processo de aquisição dos micros mais lento, e destaca que, além do tempo da compra, há também o tempo da implantação: segundo a docente, isso varia de acordo com o nível de inclusão digital dos professores. Outra questão que Elizabeth ressalta é que, na implantação, é necessário que se crie oportunidades para que os docentes façam parte do projeto: "O que não pode ter é um treinamento; o desenvolvimento deve ser em conjunto", diz.
"É um projeto que nos desafia, mas se acreditarmos que a inserção do país na sociedade tecnológica passa pela inclusão digital, isso deve passar também pela escola", conclui.
- Decreto regulamenta programa 1 Computador por Aluno
- CCE vence licitação para compra de laptops do programa Um Computador por Aluno
- Governo pode importar notebooks para atender escolas da rede pública, diz Lula
- MEC decide ampliar fase de testes para escolha de computador educacional
- MEC ampliará projeto de laptops para escolas públicas
- Pedido do TCU paralisa compra de notebook para escolas
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.