Três em cada dez alunos que deveriam estar no ensino médio estão no fundamental
Cerca de um terço (31,9%) dos alunos que deviam estar no ensino médio não conseguiram concluir a etapa anterior, o ensino fundamental. Os dados fazem parte da edição de 2009 da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) e foram elaborados pela área de Estudos e Pesquisas do Todos Pela Educação.
De acordo com os dados, 50,9% dos jovens de 15 a 17 anos estão no ensino médio, etapa apropriada para a faixa etária em questão. Uma parcela (0,7%) concluiu a educação básica e está em cursos pré-vestibulares ou no ensino superior. Entretanto, 0,2% dos estudantes ainda cursam a etapa de alfabetização, e 1,2% a educação de jovens e adultos no nível fundamental. Além disso, 14,8% dos jovens estão fora da escola. Os dados podem ser observados na tabela abaixo:
Distribuição das etapas de ensino dos alunos de 15 a 17 anos
Etapa de ensino | Número de alunos de 15 a 17 anos | % |
Ensino fundamental | 3.315.658 | 31,9% |
Ensino médio | 5.295.192 | 50,9% |
Alfabetização de jovens e adultos | 21.883 | 0,2% |
Educação de jovens e adultos - fundamental | 124.216 | 1,2% |
Educação de jovens e adultos - médio | 23.137 | 0,2% |
Ensino superior | 62.361 | 0,5% |
Pré-vestibular | 17.127 | 0,2% |
Não estudantes | 1.539.811 | 14,8% |
No Brasil, as taxas de estudantes de 15 a 17 anos no ensino médio, também chamadas de taxas líquidas de matrícula nesta etapa da educação básica, variam bastante conforme a região. Pelos dados, no Norte e no Nordeste do País, apenas quatro em cada dez jovens desta faixa etária está no ensino médio.
Taxas líquidas de matrícula
Região | Ensino médio |
Norte | 39,1% |
Nordeste | 39,2% |
Sudeste | 60,5% |
Sul | 57,4% |
Centro-Oeste | 54,7% |
BRASIL | 50,9% |
Dados comparativos do Censo 2010
Segundo o Censo 2010, a taxa de atendimento dos jovens de 15 a 17 anos alcançou o patamar de 83,3%. Pela Emenda Constitucional nº 59, até 2016, a educação básica deve ser universalizada dos 4 aos 17 anos. Assim, o desafio para os gestores é grande.
No Norte do país, o percentual de atendimento é o mais baixo, com 81,3% dos jovens de 15 a 17 anos na escola. Já o Sudeste tem a taxa de acesso à escola mais alta nesta faixa etária: 85%.
Em dez anos, a frequência à escola nesta faixa etária aumentou 7%. “Se o ritmo de crescimento não for mais acelerado, não conseguiremos ter nem 90% dos jovens na escola nos próximos dez anos”, afirma Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação.
Taxas de atendimento escolar das populações de 15 a 17 anos para o Brasil e regiões, segundo os Censos 2000 e 2010
Região | 2000 (em %) | 2010 (em %) | Crescimento (em %) |
Norte | 73,1 | 81,3 | 11,2 |
Nordeste | 77,3 | 82,8 | 7,1 |
Sudeste | 80,4 | 85,0 | 5,7 |
Sul | 75,5 | 81,4 | 7,8 |
Centro-Oeste | 77,2 | 83,1 | 7,7 |
BRASIL | 77,9 | 83,3 | 7,0 |
A universalização do atendimento escolar é analisada pela Meta 1 do Todos Pela Educação que diz que toda criança e todo jovem, de 4 a 17 anos, devem estar na escola.
*O Todos Pela Educação é um movimento que congrega a sociedade civil, educadores e gestores públicos pela exigência de uma educação básica de qualidade para crianças e jovens.
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