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Governo promete gastar R$ 1,8 bilhão com programa para construir 20 mil escolas no campo

A presidente Dilma Rousseff e o ministro Aloizio Mercadante durante o lançamento do Pronacampo - Roberto Stuckert Filho/PR
A presidente Dilma Rousseff e o ministro Aloizio Mercadante durante o lançamento do Pronacampo Imagem: Roberto Stuckert Filho/PR

Maurício Savarese

Do UOL, em Brasília

20/03/2012 12h45Atualizada em 20/03/2012 12h59

O governo federal lançou nesta terça-feira (20) o Pronacampo (Programa Nacional de Educação do Campo) para melhorar a formação dos professores, evitar o fechamento de escolas rurais, construir novas unidades e melhorar a estrutura das já existentes com fornecimento de internet e, em alguns casos, de energia elétrica e saneamento básico. Até o fim de sua gestão, a presidente Dilma Rousseff espera entregar 20 mil novas unidades desse tipo e estancar o fechamento de unidades que aconteceu os últimos anos.

Segundo o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, o governo federal vai desembolsar R$ 1,8 billhão por ano até 2014, quando termina o atual mandato. As verbas sairão do orçamento e já serão utilizadas neste ano.

Hoje, aproximadamente 12% das matrículas no Brasil são feitas em 76 mil escolas rurais. Há 6,2 milhões de alunos que têm aulas com 342 mil professores. Desses docentes, apenas a metade tem ensino superior. "Esse programa vai ser garantia de oportunidades iguais para todos os jovens do país", afirmou a presidente. Por falta de estrutura e questões de urbanização de áreas rurais, 13.691 escolas do campo foram fechadas nos últimos cinco anos, segundo o Ministério da Educação.

Na infraestrutura, o governo espera reduzir o problema da falta de acesso à internet, que afeta 90% das escolas no campo. A expectativa é de construir 20 mil laboratórios tecnológicos para 10 mil escolas. Outros 15% não têm energia elétrica e 10,4% estão privados de água potável. Existem ainda 14,7% das escolas sem esgoto. Uma microrrede de transportes, com 8 mil ônibus, 2 mil lanchas e 180 mil bicicletas serão disponibilizados. O governo não informou quanto será investido no Pronacampo.

O MEC (Ministério da Educação) abrirá também 180 mil vagas de formação profissional para trabalhadores e jovens e 300 mil novas vagas para elevar a escolaridade associada à formação profissional. Haverá ainda 10 mil vagas para educação em tempo integral no campo e material específico para quilombolas e camponeses, o que permitirá uma educação mais completa e ligada ao meio rural, segundo o governo.

"Ao sermos capazes de articular uma formação diferenciada, estamos reconhecendo esta realidade multidiversa", afirmou Dilma. "Temos de ser capazes de respeitar [as diferenças] e refleti-las." A presidente elogiou o desempenho do ministro da Educação, Aloizio Mercadante, no cargo há poucas semanas, e não citou nenhuma vez seu antecessor, Fernando Haddad, pré-candidato do PT à prefeitura de São Paulo e articulador inicial do programa.

"Este é um daqueles momentos em que a gente tem orgulho de ser presidente da República. Me gratifica poder como presidenta aplicar um programa que vai levar sobretudo à população jovem deste país um outro destino", disse a presidente.