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Para dar conta da nova correção da redação do Enem, MEC vai contratar 1.200 avaliadores

Do UOL, em São Paulo

24/05/2012 17h38Atualizada em 24/05/2012 18h01

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou nesta quinta-feira (24) que o MEC (Ministério da Educação) vai contratar mais 1.200 corretores para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2012, levando o total de avaliadores a 4.200. As contratações, disse, acontecem por causa das mudanças na correção da redação da prova. A nota mínima que autoriza uma nova correção do texto foi reduzida e se criou a figura da banca de avaliadores.

Na prova deste ano, dois corretores, a princípio, olham a redação do candidato. Se a diferença entre a nota final deles for superior a 200 pontos na nota total ou de 80 pontos em cada uma das competências, um terceiro corretor entra em cena. A nota final será a média aritmética simples das menções “mais próximas”. Caso a discrepância permaneça, uma banca, formada por três avaliadores, corrige novamente o texto. Ela, então, determina a nota final do candidato.

Veja o que mudou na correção da redação do Enem

Processo de correçãoComo era (em 2011)Como ficou (em 2012)
Número de correções iniciaisDuasDuas
Discrepância na
nota total
Igual ou maior que 300 na somaMaior que 200 na soma total
Discrepância na competênciaNão existiaMaior que 80 em qualquer competência
3ª correçãoSupervisor (instância final)Correção independente
4ª correção em bancaNão existiaBanca (instância final)

Na prática, o processo ocorre assim: se o corretor A, por exemplo, deu a um candidato nota 95 para a competência 1 (demonstrar domínio da norma padrão da língua escrita) e o corretor B deu nota 180, a redação será automaticamente corrigida pelo terceiro avaliador, já que a diferença entre as duas menções será de 85.

São cinco competências e cada uma vale 200 -1.000 é a nota máxima na redação. Se as duas notas finais (a soma das cinco competências) tiveram uma diferença superior a 200 pontos entre os dois avaliadores, o terceiro corretor também atua. Em persistindo a discrepância, o texto vai para a banca.

Esta é a segunda mudança na diferença mínima de pontos para uma nova correção da redação. Nas edições de 2009 e 2010, era preciso que os dois corretores dessem notas com no mínimo 500 pontos de discrepância entre uma e outra para que houvesse uma nova avaliação. No ano passado, o limite caiu para 300; agora, são 200 pontos.

Além disso, será possível ver a redação corrigida, porém, sem possibilidade de recurso por parte do estudante. 

 

Inscrições

As inscrições para a prova começam na próxima segunda-feira (28), a partir das 10h. Os candidatos terão até as 23h59 do dia 15 de junho para se inscrever. A taxa é de R$ 35. Alunos de escolas públicas são isentos. O exame acontece nos dias 3 e 4 novembro.

O ministério anunciou que vai divulgar, em julho, o "Guia do Participante", com exemplos de redação "de excelência" e explicações sobre a metodologia da correção.

Vista de provas

O anúncio de que os estudantes poderão ver uma cópia da redação do Enem atende, na verdade, a um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta), assinado com o Ministério Público em agosto de 2011. No acordo, o MEC se comprometia a liberar a correção do texto no exame de 2012. Foi esse, inclusive, um dos argumentos do governo nos recursos contra as decisões judiciais que obrigavam o ministério a dar vista da prova no ano passado.

De acordo com o MEC, as redações terão que ter um mínimo de sete linhas para poderem ser corrigidas.

Fica mais difícil tirar “diploma” do antigo supletivo

A nota de corte para os interessados em conseguir certificação de EJA (Educação de Jovens e Adultos) –a prova de que o estudante conseguiu passar com sucesso pelo antigo supletivo– subiu nesta edição do Enem. Até ano passado, a nota mínima em cada uma das quatro provas era 400 e, na redação, 500. Em 2012, a nota mínima passa para 450 e a da redação se mantém em 500.