Após explosão, Federal do Paraná fecha laboratórios do curso de farmácia
O prédio que abriga os 25 laboratórios do curso de farmácia da UFPR (Universidade Federal do Paraná) teve de ser fechado nesta segunda-feira (2) para que a Polícia Federal realizasse uma perícia para apurar as causas da explosão seguida de incêndio que em cerca de dez minutos destruiu uma das unidades, no sábado (30).
Apesar de o resultado da perícia ainda não ter sido divulgado, o chefe do Departamento de Farmácia da UFPR, professor Carlos Eduardo Rocha Garcia, afirma que é provável que o incêndio que destruiu o Laboratório de Farmacognosia, que pesquisava plantas medicinais, tenha sido causado por uma falha no sistema elétrico.
Ainda que nenhuma outra sala tenha sido atingida pelo fogo, um cano do sistema hidráulico do prédio rompeu-se com o calor da chamas, e a água invadiu outros laboratórios. “Hoje [segunda] tivemos de fechar todos por conta da perícia e do cheiro forte que ainda permanece do incêndio. Nesta terça vamos avaliar se podemos abrir as demais unidades”, disse Garcia.
Como a UFPR é uma das instituições federais de ensino superior em greve, apenas professores e alunos de mestrado e doutorado têm frequentado os laboratórios. “E, felizmente, o incêndio aconteceu num sábado, por volta das 17h, quando não havia ninguém aqui”, lembrou.
Os bombeiros chegaram ao campus Jardim Botânico da UFPR, onde fica o laboratório, cerca de dez minutos após a explosão, e controlaram rapidamente o incêndio. Ainda assim, as instalações ficaram completamente destruídas. “É possível que o prejuízo chegue à casa das centenas de milhares de reais. Mas a grande perda é imaterial. Alguns professores tinham pesquisas em andamento aqui há mais de 30 anos”, lamentou Garcia.
Na sala, que durante o período letivo abriga até 50 alunos, além de plantas medicinais, havia computadores, uma biblioteca com teses, artigos e livros acadêmicos e computadores. “Muito pouco poderá ser recuperado”, avaliou o chefe do departamento. Para Garcia, que participa da greve de professores da UFPR, o incêndio serve para chamar atenção para um dos itens da pauta de reivindicações da categoria.
“O governo federal quer mudar o cálculo do adicional de insalubridade de quem trabalha em locais como esse laboratório, atribuindo um valor fixo em vez de um percentual sobre o salário. Os médicos devem conseguir mudar isso, pois quando param paralisam os hospitais públicos. Mas um servidor de laboratório nunca aparece. Mas, se um local como esse explode como aconteceu aqui no sábado, certamente é insalubre”, argumenta.
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