Principal sindicato de docentes rejeita acordo do governo; greve deve seguir em 51 universidades
O Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), que reúne em seu comando de greve representantes de docentes de 51 universidades federais, rejeitou o acordo proposto pelo governo e diz, em nota, que greve continua.
Na noite de quarta-feira (1º), em reunião no Ministério do Planejamento com Andes-SN, Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior) e Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica), a pasta fechou acordo com o Proifes, que representa seis instituições, e deu por encerrada a negociação com a categoria, em greve há 78 dias.
A nota divulgada pelo Andes-SN nesta quinta-feira (2) criticou a atitude do governo de interromper a negociação e decidir pelo encaminhamento da proposta de lei sem alterações para o Congresso.
"Todas as assembleias votaram pela rejeição da proposta. No entanto, o governo opta por assinar acordo com uma entidade que é sua parceira, e que não tem representatividade junto à categoria. Nós vamos continuar firmes na greve e são as assembleias de base que determinarão os rumos do movimento", afirmou Marinalva Oliveira, presidente do Andes-SN, segundo a nota publicada.
Nota divulgada hoje pelo MEC (Ministério da Educação) afirma que o governo "está convencido de que a base da categoria dos docentes é favorável ao acordo". O acordo proposto prevê reajustes que variam entre 25% e 40% nos salários dos professores, o aumento será dividido em parcelas anuais até 2015.
Histórico
Os professores são apenas um dos 29 setores do funcionalismo público paralisado. Na manhã de terça-feira (31), a Condsef (Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal) e outras entidades representativas participaram de um protesto na Esplanada dos Ministérios. De acordo com Sérgio Ronaldo da Silva, diretor do Condsef, protestos semelhantes ocorrem em outras unidades da Federação.
Na segunda-feira (30), os trabalhadores anunciaram a intenção de endurecer a greve, pelo fato de o governo federal ter suspendido as negociações, que serão retomadas somente a partir do dia 13 de agosto. O dia 31 de julho havia sido fixado como prazo final para o Ministério do Planejamento apresentar uma proposta às categorias paralisadas.
O MEC afirma que as negociações com as representações sindicais dos servidores e técnicos administrativos das universidades e institutos federais deve recomeçar na segunda-feira (6).
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