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Mestrado, MBA ou especialização: confira qual o tipo de pós mais adequado para você

Do UOL, em Belo Horizonte

15/01/2013 01h00

A escolha de um programa de pós-graduação pode ser uma tarefa difícil para recém-formados, profissionais que já estão no mercado ou para quem decide dar um novo rumo à carreira.

Antes de escolher entre cursos lato sensu -- especialização e MBA (Master in Business Administration) e stricto sensu – mestrado profissional ou acadêmico --, o profissional deve checar se o perfil do curso está adequado com seu momento na carreira e suas expectativas profissionais. 

Recém-formados

Cursos de especialização são indicados para recém-formados ou para aqueles que querem mudar o ramo de atuação na carreira. O objetivo da especialização é o de aprofundar conhecimentos em áreas específicas e direcionar a carreira.

Especialização

São cursos voltados para o aperfeiçoamento e a atualização do profissional, procurados por quem busca se aprofundar em uma área para melhorar a formação. Ao final do curso é exigido um trabalho de conclusão

Duração: Mínimo de 360 horas

Órgão regulador: Sesu (Secretaria de Educação Superior)

“Não dá para pensar que terminei a graduação e estou pronto. Seis meses depois da formação muitos alunos já buscam a pós”, afirma o professor Frank Magalhães de Pinho, coordenador dos programas de MBA do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais). Nesses casos, o profissional busca a educação continuada para reforçar sua formação.

Para os que pretendem mudar de atividade e se readequar profissionalmente, a especialização dará subsídios para a guinada no percurso profissional.

“Uma pessoa que se formou em jornalismo pode querer trabalhar com recursos humanos, assim como um engenheiro pode resolver trabalhar com finanças”, relata o pró-reitor da FGV (Fundação Getulio Vargas) Antônio Freitas.

Profissionais experientes

Já o MBA é recomendado para um público mais “sênior”, que já está no mercado de trabalho há pelo menos três anos. “São profissionais adiantados na carreira e que acessaram cargos importantes. Geralmente já se formaram há algum tempo”, explica Pinho.

MBA

É voltado para a prática profissional, procurado por profissionais que já estão no mercado de trabalho. Geralmente exige experiência de pelo menos três anos e não dá ao estudante um título de mestre, como em outros países

Duração: Entre 18 e 24 meses

Órgão regulador: Sesu (Secretaria de Educação Superior). A Anamba (Associação Nacional de MBA) também faz avaliações para contribuir com a excelência dos cursos

Esses estudantes buscam se aperfeiçoar em um ambiente de sala de aula mais maduro. A socialização no curso é um grande diferencial para construção de uma rede de relacionamento com pessoas que estão no mesmo patamar ou e um nível mais avançado no mercado de trabalho.

As abordagens no MBA são sobre práticas usadas no mundo corporativo, geralmente assuntos que interessam executivos e profissionais com cargos de coordenação ou direção.

Freitas afirma que os MBAs e especializações são muito práticos, por isso geralmente exigem experiência de mercado na seleção. Ele aponta os cursos como possibilidades de aumentar a empregabilidade, principalmente quando se escolhe boas instituições de pós-graduação que são “assediadas” por empresas.

Profundidade e pesquisa

Mestrado acadêmico

O curso é voltado para o ensino e a pesquisa, procurado por quem deseja ser pesquisador ou lecionar. Ao final do curso é exigida uma dissertação com apresentação em banca para alcançar titulação de mestre

Duração: de 12 a 24 meses

Órgão regulador: Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)

Os cursos stricto sensu, como o mestrado profissional ou acadêmico, são indicados para quem deseja profundidade de pesquisa, e pretende desenvolver conhecimento.

De acordo com o Pinho, os programas demandam tempo de dedicação muito maior. “A dissertação, principalmente, demanda tempo. Exige organização e obstinação, mas esse profissional vai sair dali em um patamar bem diferente”, afirma o coordenador do Ibmec.

Segundo o pró-reitor Freitas, apesar de grande parte dos formados em pós stricto sensu seguirem carreira como professores, há espaço para que o titulado fique em ambiente corporativo. A inserção de empresas estrangeiras no país está criando a cultura de mestres e doutores no quadro de funcionários, assim como ocorre fora do Brasil.

Mestrado profissional

O curso também voltado para o ensino e a pesquisa, porém com um viés menos teórico. O mestrando desenvolve um projeto com foco no mercado de trabalho. Ao final do curso é exigida uma dissertação com apresentação em banca para alcançar titulação de mestre. Geralmente o projeto é um estudo de caso ou um produto com aplicação real

Duração: Entre 12 e 24 meses

Órgão regulador: Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)

O alerta para os alunos que escolhem esse caminho é o tempo de formação que pode chegar a 24 meses, muito acima do tempo geralmente gasto com pós lato sensu.

Mercado de trabalho

As empresas estão de olho em profissionais com qualificação, mas nem sempre o título é garantia e emprego. A diretora da Mariaca Consultoria em Gestão de Capital Humano, Daniele Riêra, afirma que não existe uma fórmula que se aplique a todas as carreiras e que o profissional tem que ter sensibilidade para perceber o mercado dele.

“No caso de executivos, por exemplo, uma empresa nem sempre busca títulos, mas sim bagagem profissional, experiência consolidada, projetos que ele liderou e cases de sucesso”.

De acordo com a diretora, um profissional que hoje faz o MBA para ter ascensão dentro da empresa que trabalha acaba conhecendo muitas pessoas, cria uma visão crítica da própria instituição e, muitas vezes, desperta uma vontade de se abrir ao mercado.

Ela alerta para que os profissionais não banalizem as especializações e procurem o momento certo para escolher entre cursos de pós-graduação. “A gente vê o profissional que acaba de sair da faculdade, não cresceu passo a passo na sua carreira e procura a especialização porque o mercado exige. Assim começa a virar um rótulo, uma etiqueta”, afirma Riêra.