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Na escola ou sozinho, estudo de idioma requer dedicação e disciplina

Priscila Tieppo

Do UOL, em São Paulo

25/03/2013 06h00

Pode ser de maneira autodidata, em escolas especializadas ou com aulas particulares, o método de aprendizado pouco importa. Para aprender outro idioma, o que o aluno precisa é de dedicação e disciplina, indicam professores de línguas. 

A profissão e o uso contínuo da língua podem ser incentivadores, mas a determinação é o ponto fundamental, segundo a professora de inglês Terezinha Sprenger, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo). “Não existe um método único ou um lugar ideal, a meu ver, mas determinação”, disse.

Porém, é necessária uma avaliação dos prós e contras de cada método. “Algumas das pessoas que optam por aprender sozinhas sentem-se satisfeitas quando conseguem fazer tarefas básicas e não procuram ampliar suas competências, o que pode ser entendido como um problema. Em uma escola,  há uma proposta já pronta para o ensino e a aprendizagem,  assim como para a organização do horário, o que pode facilitar o processo. Os professores também costumam apontar onde o aluno precisa melhorar e os estimulam a aperfeiçoar sempre”, explicou.

Mas em qualquer método, a disciplina e a autonomia contam muito. “É importante ter autonomia, que não significa aprender sozinho, mas assumir o controle da própria aprendizagem”, disse. O que quer dizer saber o que funciona para si na hora de aprender conjugações verbais e um novo vocabulário.

Um dos pontos que facilita bastante é a prática, como o taxista Osvaldo dos Santos costuma fazer: ele cria oportunidades de incorporar a língua em seu cotidiano. Para Sprenger, alunos que não treinam fora da sala de aula “podem até ser bons alunos e obter boas notas, mas não buscam oportunidades fora da sala de aula para usar a língua e apropriar-se dela”.

Apesar de alguns erros de pontuação e de formação de frases, como acontece nas placas feitas por Santos, Sprenger ressalta o esforço e aprendizado: “errar faz parte do processo, é natural”.

Leitura, escrita e oral

O professor Braulio Alexandre Rubio, do Senac em São Paulo, é o autor de uma coleção de livros intitulada Turismo Receptivo, que visa o aprendizado de inglês, espanhol e francês por profissionais da área de prestação de  serviços. Para ele, o aprendizado autodidata deve contemplar as quatro competências necessárias para assimilar um novo idioma. “É necessário desenvolver a habilidade de leitura, audição, escrita e oral”, disse.

Porém, quando o aluno tem alguma dificuldade pode não conseguir resolver sozinho. “Como ele não tem a noção do idioma não sabe por onde começar, o que focar e pode se perder no meio do caminho quando não souber lidar com alguma dificuldade. Aí, ele precisa de uma segunda pessoa para mostrar como resolver isso”, afirmou.

Para finalizar, mesmo aprendendo o idioma por um período, sempre será necessário praticar. “A memorização da língua passa pelo processo da vivência. Se eu dou utilidade para aquilo no meu dia a dia, fica mais fácil”, disse Rubio.

Neste quesito, o taxista Osvaldo dos Santos está no caminho certo.