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Presença de PMs em escola pública termina em prisão e expulsão no CE

Carlos Madeiro

Do UOL, em Maceió

29/05/2013 15h21Atualizada em 29/05/2013 15h26

Um tumulto causado por um mal-entendido em uma escola pública na periferia de Fortaleza terminou com a prisão de um estudante, a expulsão de uma aluna e a transferência de outros dois. 

A confusão aconteceu na escola municipal Maria Bezerra Quevedo, no bairro Novo Mondubim, no último dia 20 e foi filmada com a câmera de um celular e postada na Internet.

O tumulto teria tido início quando alunos tentaram deixar a escola após perceberem que, naquele dia, não haveria aula, mas sim, a apresentação de uma interventora, que daria uma palestra sobre novas normas que seriam adotadas pela escola.

Além disso, também estava prevista a presença de policiais militares do programa Ronda Quarteirão, que dariam uma outra palestra sobre cultura de paz.

Segundo o coordenador do Distrito de Educação 5 de Fortaleza, Luciano Nery, alguns alunos se recusaram a assistir as palestras e que quiseram deixar a escola, mas não puderam porque o portão foi fechado.

No momento em que tentavam sair, coincidentemente, o carro da polícia chegou ao local, o que gerou um boato de que os policiais estariam ali para conter a tentativa de saída dos estudantes.

"Alguns dos alunos imaginaram que os policiais estavam com outra motivação, e não a da palestra. Um deles, maior de 18 anos, desacatou um deles, e o policial deu voz de prisão. A partir daí houve a a revolta. Foi um mal-entendido completo", disse Nery.

Com a confusão, a interventora precisou ser levada à sala da coordenação por outros técnicos do distrito, onde ficou para se proteger da fúria de alguns estudantes.

No vídeo postado na Internet, é possível ver que dois estudantes chutaram com violência a porta da secretaria da escola por várias vezes, na tentativa de arrombar e ter acesso ao local.

"A aluna que aparece no vídeo tem 20 anos e foi expulsa da escola. Já outros dois que incitaram os outros alunos, que eram menores de 18 anos, chamamos as famílias, explicamos e os transferimos", disse.

Nery explicou que a intervenção na escola ocorreu por conta da suposta ingerência da direção e secretaria da escola.
"Esse processo de ingerência já vinha há algum tempo. Lá havia falta de normas e é um local onde, no entorno, há muita violência, dentro estava começando a acontecer boatos de tráfico. Aí o distrito resolveu intervir. Por isso mandamos uma técnica nossa", informou.

Após o episódio, a interventora foi removida da escola. "Não designei ela para lá de novo por medo de alguma retaliação. Afastamos a diretora e a secretária porque entendemos que foi a ingerência que levou a essa situação. Hoje estamos com junta interventora, com dois diretores um secretário", finalizou Nery.