Alunos de medicina da UFSCar encerram greve e pedem fim do curso
Os estudantes do curso de medicina da UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) encerraram, após 82 dias, a greve em protesto pela falta de médicos preceptores – profissionais da rede pública que orientam os alunos. A decisão foi tomada em uma assembleia realizada na terça-feira (4) e o movimento pede o encerramento do curso.
Os alunos deram fim à paralisação que começou no dia 15 de março, mas dizem que as “condições mínimas para a realização de um curso de medicina não foram conquistadas”. Segundo o movimento, a universidade não tem um hospital-escola e faltam laboratórios, “que estão atrasados há anos”.
Sem alcançar os objetivos desejados, eles exigem o encerramento das atividades do curso de medicina da UFSCar e a transferência dos que já estão matriculados para outras universidades públicas.
“Por tantos empecilhos e provas da incapacidade da universidade, do departamento e do Ministério da Educação de criar condições adequadas, e mínimas, para o ensino da medicina os alunos pedem que o curso seja fechado para evitar que outros estudantes entrem numa estrutura que não é compatível com o ensino da medicina”, afirmam em outro trecho do documento que deve ser entregue à reitoria da universidade.
Na manhã desta sexta-feira (7), a assessoria da UFSCar não soube informar se o documento já havia sido recebido pela reitoria.
Durante a greve dos alunos, foi aprovada uma lei municipal que possibilita a abertura de um edital para a contratação dos médicos preceptores. Para os alunos, a medida não foi suficiente e as condições do contrato são “precárias e vexatórias”, já que o valor pago será de aproximadamente R$ 20 por hora.
Em 2012, foram 8.439 inscritos para as 40 vagas oferecidas no curso de medicina – uma concorrência de aproximadamente 210 candidatos por vaga.
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