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Aluno morre após passar mal na UFV; colegas questionam demora no socorro

Rayder Bragon

Do UOL, em Belo Horizonte

11/06/2013 16h43Atualizada em 11/06/2013 18h22

Um universitário de 22 anos morreu nesta segunda-feira (10) após ter passado mal dentro de sala de aula no campus da UFV (Universidade Federal de Viçosa), localizado na cidade de Rio Paranaíba (320 km de Belo Horizonte). Colegas do estudante reclamaram de uma suposta demora no socorro à vítima.

De acordo com a direção da unidade de ensino, Bruno Gonçalves Dias, aluno do 3º período do curso de sistemas de informação, foi socorrido por um hospital da cidade, onde foi constatado o óbito.

As aulas foram suspensas nesta terça-feira (11) em sinal de luto, informou a assessoria da universidade. O rapaz era natural da cidade de Paracatu (502 km da capital mineira).

Um dos alunos da universidade, sob condição de anonimato, disse ao UOL que muitos alunos do campus ficaram revoltados com a demora no atendimento dispensado à vítima. Segundo ele, colegas do rapaz que estavam no momento em que ele passou mal e desmaiou teriam confirmado a lentidão no socorro de Bruno.

Pelo Facebook, alguns estudantes que teriam presenciado a cena reclamaram da demora no atendimento feito por uma equipe de hospital, gerido pela prefeitura local, e que teria chegado ao local somente após intervalo entre 25 a 30 minutos depois de acionada. Alguns alunos também questionaram a suposta ausência de socorristas na unidade de ensino.

A UFV por meio de nota publicada em seu site, informou que o aluno passou mal na hora em que estava fazendo a leitura de um texto.

“Imediatamente, o setor biopsicossocial da universidade foi acionado e entrou em contato com o Hospital Municipal Maria Conceição Fantini Valério, que prontamente deslocou uma ambulância com equipe especializada para prestar socorro ao aluno”, afirma a nota.

De acordo com o texto, a causa da morte do aluno, descrita no atestado de óbito, seria “morte súbita por causa indeterminada”.

No entanto, a nota não informa o tempo exato gasto no socorro e transporte de Bruno até o hospital nem se havia algum socorrista ou a existência de ambulatório no campus da universidade.

A secretária de saúde de Rio Paranaíba, Raquel Borges Silva, disse ao UOL que foi de apenas 10 minutos o tempo decorrido entre a chamada de emergência feita ao hospital, a retirada do estudante da sala de aula e a entrada dele na unidade hospitalar.

Segundo ela, a informação inicial repassada aos atendentes foi que o rapaz estaria tendo uma crise convulsiva. No entanto, os profissionais que atenderam a chamada, uma técnica em enfermagem e um enfermeiro, teriam constatado uma parada cardiorrespiratória no estudante.

“A Universidade Federal de Viçosa é um pouco afastada da cidade. Mas, mesmo sendo afastada, desde o momento em que receberam a ligação de socorro no hospital e até o momento em que o paciente já se encontrava dentro do hospital, passaram-se aproximadamente 10 minutos”, disse a secretária.

Segundo ela, já dentro do hospital, ao menos dois médicos se revezaram nos procedimentos de tentativa de reanimação do rapaz, que teriam durado uma hora e vinte minutos.

“Ele foi atendido imediatamente pelo médico plantonista, que o entubou e iniciou os procedimentos de reanimação. Foi uma hora e vinte com toda a equipe de reanimação tentando salvar o rapaz, mas, infelizmente, a gente não conseguiu êxito”, afirmou.