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Alunos explodem bombas dentro de sala de aula no interior de SP

Do UOL, em Americana (SP)

11/06/2013 20h14Atualizada em 11/06/2013 20h19

Dois alunos de 16 anos da escola Escola Estadual Professora Dorti Zambello Calil, em Nova Odessa (119 km de São Paulo), explodiram duas bombas dentro da sala de aula. Uma das bombas estourou nos pés de uma aluna de 15 anos. Além disso, vidraças foram quebradas com o impacto. Um dos garotos será transferido e a família ainda não decidiu o que fará com o outro. O caso aconteceu na tarde de ontem (10) e foi registrado na Polícia Civil como dano contra patrimônio público.

De acordo com depoimentos de colegas de classe, as bombas, popularmente conhecidas como Bomba 1000, são vendidas em casas especializadas em fogos de artifício. Pela legislação brasileira, no entanto, a compra deve ser restrita a maiores de idade. A polícia irá apurar o local onde os fogos foram comprados e se a loja está de acordo com a legislação.

Segundo a polícia, as bombas têm poder para destruir tijolos e até objetos como cadeiras e mesas de plástico. O caso ocorreu em uma sala do primeiro ano do ensino médio. Segundo depoimento de uma aluna que estava presente na sala na hora do ocorrido, a intenção dos garotos era soltar as bombas dentro do banheiro, mas acabaram fazendo o ato dentro da sala de aula. “Eles ficaram com medo de serem pegos, acenderam as bombas e tentaram jogá-las pela janela. Eles erraram e caiu no pé [da aluna]”, contou.

No momento do estouro, dois policias militares faziam ronda nos arredores da escola e entraram na unidade de ensino para checar o ocorrido. Os dois alunos responsáveis foram identificados e um deles foi encaminhado à delegacia, juntamente com a aluna atingida, sendo liberado após a presença de sua mãe e a assinatura do Termo de Compromisso e Responsabilidade.

A estudante afirmou ter levado um susto com o estouro e declarou que, até a manhã de hoje, ainda não estava ouvindo perfeitamente. Ela disse que a prática de estourar bombas na escola é comum, ainda que seja reprimida pela diretoria. “Eles tentaram jogar pela janela para que a diretora não descobrisse na bolsa, mas acabou caindo dentro da sala”. A aluna negou que houvesse algum problema entre os garotos e ela. A menina foi examinada e liberada. Ela deve voltar à escola amanhã.

Outro lado

O delegado Antonio Braga cuidará do caso. A Polícia informou que os pais precisarão comparecer periodicamente ao Conselho Tutelar e se submeter, com os filhos, a palestras educativas. Além disso, eles terão que arcar com o prejuízo causado à escola.

A diretoria da escola não quis comentar o fato, mas a Secretaria Estadual da Educação declarou que, no mesmo dia dos incidentes, foi convocada uma reunião com os pais dos envolvidos, juntamente com o Conselho Tutelar e policiais. “Um dos alunos envolvidos já pediu transferência para outra escola da cidade. A família do outro aluno ainda não informou a escola de uma decisão”, disse a assessoria de imprensa da secretaria.

A reportagem procurou a família dos dois alunos responsabilizados, através de telefones fixos, e deixou recado, mas não conseguiu conversar com os pais nem teve retorno até o fechamento da matéria.