Pais reclamam de tarefa com música infantil com duplo sentido

Pais de alunos do 1º ano do ensino fundamental da Escola do Sesc em Teresina se surpreenderam com uma lição de casa. Os alunos de seis anos de idade deveriam preencher lacunas de uma atividade com palavras como "peito", "bunda" e "vagabunda".

Trata-se de trechos de uma parlenda popular ("Cemitério", veja ao final do texto), em que as crianças repetem as últimas sílabas das palavras. A atividade proposta pedia que os alunos completassem o texto original da canção.

Em um dos versos, são repetidas as últimas sílabas da palavra "vagabunda". Ou seja, "bunda, bunda, bunda". Os pais não gostaram da "brincadeira". A notícia repercutiu na imprensa local -- entre os telespectadores, a opinião foi de que a atividade era inapropriada.

Segundo a Coordenação Pedagógica do Sesc Piauí, a atividade proposta pela escola está contextualizada, posto que as crianças estudam parlendas desde a educação infantil. “O texto, em comento, foi escolhido para suprir as dificuldades de leitura e escrita pelos alunos em processo de aquisição de leitura e escrita.”

“Mesmo trabalhando dentro de um contexto dessa parlenda do cemitério, essas palavras têm significados fortes e não deveriam ser trabalhadas com crianças, mas sim em graduações de pedagogia mostrando o que está em desuso na atualidade. É fora do contexto pedagógico trabalhar com crianças”, afirma a pedagoga Joseneide Barbosa.

Veja a letra completa da parlenda

Cemitério

No portão do cemitério,

Tério, tério, tério,

Duas almas se encontraram,

Traram, traram, traram.

Uma disse para a outra,

Outra, outra, outra,

“Você é uma vagabunda"

Bunda, bunda, bunda

E a outra respondeu:

“Mas que falta de respeito!"

Peito, peito, peito

Mas que peito cabeludo,

Ludo, ludo, ludo