Professor mineiro investe R$ 100 mil em game para estudo de estatística
O professor do Centro Universitário Una, em Belo Horizonte, Rui Otoniel Rodrigues Pimenta, 40, trabalhou 17 meses e investiu R$ 102.600,00 na criação do game OR Estatísticas.
O jogo para tablets e celulares traz princípios de estatística, como desvio padrão e limites de capacidade, sem a necessidade de cálculos para a sua utilização.
“O OR Estatística não é um jogo. Não é um desafio. É um brinquedo. Em ambientes enciclopédicos, como o de Gengis Khan, o game tem o objetivo de ser uma ferramenta de estudo extraclasse. O estudante poderá [com o game] aprender conceitos estatísticos. E com muita facilidade”, garante Pimenta.
“O desvio padrão, por exemplo, que ocupa seis páginas em qualquer manual de estatística, ocupa quatro linhas e três imagens no game”, diz.
O game está disponível para download gratuito, no Google Play e APP Store. Ele é ainda compatível com Iphone, Ipad e Ipod. Para professores, Pimenta disponibilizou arquivos didáticos e tutoriais disponíveis no site www.professoror.com. No site ele explica as iniciais OR -- elas se referem a um professor "de Ótimos Resultados", ou seja, ele próprio.
Rui Pimenta explica que para viabilizar seu projeto de criação do OR Estatística, além das aulas e palestras que lhe rendem em média R$ 20 mil por mês, ele trabalha com consultoria na área de imóveis, realizando avaliações de risco de investimentos imobiliários. Com isso, pode fazer os altos investimentos no game.
Críticas ao game
O professor da ECA-USP (Escola de Comunicação e Artes da Universidade de São Paulo) Gilson Schwartz, especialista em gamificação (utilização de games para aprendizado de conteúdos das matérias) e autor de publicações sobre o assunto, experimentou o OR Estatística a pedido do UOL. O professor achou o game “chato”.
“O resultado é duvidoso, seja pelas características do próprio jogo (mecânica), seja pela forma como o conteúdo é apresentado (narrativa)", avalia Schwartz. "Para quem precisa aprender estatística, o OR é fácil demais na mecânica e difícil demais na conexão com o conteúdo apresentado, com um texto árido e pouco eficiente para ensinar”, afirma.
Schwartz considera boa a ideia de utilizar de arco e flecha - o cenário são os campos de batalha do famoso Gengis Khan -- para ilustrar conceitos de estatística. Entretanto, ele vê fragilidades nos textos. “São uma mistura de informações históricas extremamente superficiais sobre a origem da estatística e uma explicação de conceitos como sigma e desvio padrão que são compreensíveis apenas para quem conhece o assunto”, diz.
“O importante para quem vai desenvolver um jogo nessa área é alcançar um equilíbrio entre mecânica divertida e narrativa estimulante”.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.