Servidores em greve ocupam superintendência de ensino em MG
Rayder Bragon
Do UOL em Belo Horizonte
02/06/2014 19h11
Servidores em greve da rede estadual de educação de Minas Gerais ocuparam na tarde desta segunda-feira (2) a sede da Superintendência Regional de Ensino Metropolitana A, localizada no bairro Santo Antônio, região centro-sul de Belo Horizonte.
Segundo Beatriz Cerqueira, coordenadora-geral do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sindi-UTE/MG), aproximadamente 25 pessoas estão no local e a ocupação é por tempo indeterminado.
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A invasão tem por objetivo pressionar o governo a abrir um canal de negociação com a categoria, que iniciou uma greve no dia 21 do mês passado. O movimento, até o momento, tem adesão parcial dos servidores.
Reivindicações dos professores
As principais reivindicações da categoria são o pagamento do piso nacional para os professores, o descongelamento da progressão na carreira, a nomeação mais célere de aprovados em concurso que está em vigor e melhoria nas condições de trabalho.
Cerqueira também cita uma suposta falta de diálogo do governo em relação à situação de 98 mil servidores da educação cuja efetivação, sem concurso público, foi considerada inconstitucional pelo STF (Supremo Tribunal Federal) em decisão de março deste ano.
“A ocupação é por tempo indeterminado. Essa greve é por abertura de negociação porque o Estado não negociou conosco. Não apresentou respostas à nossa pauta de reivindicações”, disse.
Secretaria
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação condenou a invasão e afirmou que ela “inviabiliza o funcionamento e o direito dos servidores de trabalharem’. A pasta ainda afirmou manter mecanismos de negociação com os representantes dos servidores.
“Em relação a canais de negociações, o governo de Minas reitera que continua aberto para o diálogo com as entidades representativas dos servidores da Educação. Na última terça-feira, dia 27 de maio, por exemplo, aconteceu a quarta reunião deste ano do Comitê de Negociação Sindical (Cones), que envolve entidades representativas de servidores do Estado em diversas áreas. A reunião desta terça contou com a presença do Sind-UTE. Este ano já foram realizados outras três reuniões do Cones”, informou a nota. O texto, no entanto, não revela se o governo irá buscar medidas judiciais para tentar a desocupação do imóvel.
A secretária de educação de Minas Gerais, Ana Lúcia Gazzola, havia dito ao UOL que o subsídio, adotado pelo governo como forma de remuneração para a categoria, é considerado por ela como um modelo mais transparente e disse que o Estado paga um piso 42,93% acima do estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC) para as 24 horas semanais.