PF investiga festa "satânica" na UFF; mais dois eventos estão marcados
A PF (Polícia Federal) instaurou um inquérito policial para apurar a realização da festa "Xereca Satânik - A Festa", na ultima quarta-feira (28), no campus de Rio das Ostras da UFF (Universidade Federal Fluminense). Em nota, a PF afirma que serão ouvidos representantes da universidade e responsáveis pela organização do evento. "Também serão realizadas diligências para identificar os outros participantes da festa", informa o comunicado.
A investigação acontece depois que imagens divulgadas em redes sociais mostraram jovens se cortando com estiletes e costurando os órgãos genitais de uma outra participante. A festa era parte do seminário "Corpo e Resistência", do curso de produção cultural da universidade e ocorreu no espaço "Multiuso" do campus, de acordo com a página oficial do evento. A jovem que teve a vagina costurada não é estudante da UFF e foi convidada para um performance.
De acordo com um aluno do campus que não quis se identificar, um debate para discutir a situação está marcado para esta quarta-feira (4) na própria UFF. Um evento em outra página do Facebook, intitulada "Culto a Xereca Satânica", está marcado para a meia-noite desta quinta-feira, com a confirmação de mais de 100 participantes.
Em nota publicada em sua página pessoal no Facebook, o coordenador do curso de produção cultural, Daniel Caetano, apoiou o evento. "Após um dia de apresentação de seminários e muitas discussões (testemunhei isso, vi a sala lotada), os alunos promoveram uma performance, realizada por um coletivo que se dispôs a vir de MG apenas para isso. É um coletivo que está habituado a fazer performances como a que aconteceu, feitas para chocar a sensibilidade das pessoas e fazê-las pensar sobre seus próprios limites", escreveu.
A UFF afirmou, em nota oficial, que "não compactua com qualquer tipo atividade que, desvirtuando de sua essência institucional, extrapole os limites do razoável, atentando aos valores da liberdade e igualdade, ou ofendendo a dignidade da pessoa humana" e apura o ocorrido. A instituição pediu também que "àqueles que, de alguma forma, tenham presenciado possíveis ilegalidades cometidas junto ao espaço público da universidade, que entrem em contato".
O UOL tentou contato com participantes da festa, mas não obteve retorno até o fechamento desta matéria.
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