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Para economizar água, Prefeitura de Mogi reduz alface de merenda escolar

Eduardo Schiavoni

Do UOL, em Americana (SP)

11/02/2015 19h54Atualizada em 11/02/2015 20h00

A falta de água que atinge o Estado de São Paulo fez com que a Prefeitura de Mogi das Cruzes (SP) diminuísse de quatro para duas vezes por mês a oferta de alface e hortaliças para alunos da rede municipal de ensino. A justificativa é o gasto excessivo de água com a lavagem das hortaliças.

De acordo com a Secretaria Municipal de Educação, a medida é necessária e deve servir de exemplo para a população. A rede municipal atende 42,4 mil alunos e o gasto anual com água é de R$ 4,3 milhões. “É uma missão que a escola tem, de educar e conscientizar. Vivemos uma crise hídrica e é papel de todos os cidadãos cortar o gasto de água. Nesse sentido, estamos dando o exemplo”, disse a secretária da pasta, Maria Aparecida Cervan Vidal.

A mãe de aluno Marisa Capucci Souza, 38, concorda com as medidas de contenção, mas acredita que houve exagero no caso. “Lavar alface uma vez por semana não é um gasto que comprometa tanta água. Acho importante oferecer hortaliças às crianças. Mas concordo com a iniciativa das escolas de economizarem água”, disse.

A secretaria informou que a medida vale até o fim de fevereiro e que será reavaliada. “Se mudar a condição hídrica, poderemos rever essa decisão. Mas iremos analisar o cenário nacional e estadual antes de qualquer modificação”, disse.

Sem perdas

Ainda segundo a administração, a mudança não trará perda nutricional aos alunos, já que legumes foram mantidos e houve uma reordenação do cardápio. “Houve uma readequação, sem nenhum prejuízo. Houve acompanhamento nutricional de profissionais da rede”, contou Maria Aparecida.

Já a nutricionista Andrea Carim, 42, informou que, embora o corte das hortaliças gere implicações na dieta dos alunos, o acompanhamento nutricional é capaz de anular possíveis perdas. “Do ponto de vista nutricional, essa questão pode ser resolvida sem problema para os alunos”, declarou.

Maria Aparecida informou que a ação integra um plano de contingência que prevê economia de pelo menos 30% do total de água gasta pela Secretaria de Educação. Outras medidas incluem o conserto de vazamentos e melhoria da estrutura dos prédios, entre outros pontos. “A repercussão tem sido boa, a população entendeu que é preciso economizar água”, disse a secretária.