PUC-Campinas investiga atos de racismo no curso de direito
Após denúncias de alunos, a PUC (Pontifícia Universidade Católica) de Campinas investiga supostos atos de racismo praticados em uma página do Facebook contra estudantes do curso de direito. De acordo com a denúncia, no dia 27 de março, o perfil Direito PUC-Campinas foi inundado por comentários e fotos racistas depois que um aluno negro teria defendido uma colega que reclamava da divisão de gêneros nas aulas de futebol.
O post que resultou nos supostos atos preconceituosos recebeu centenas de comentários, mas foi apagado em razão da grande polêmica.
Mesmo após um grupo contrário aos insultos ameaçar denunciar os post, os comentários racistas continuaram e foram desde alusões à organização racista Ku Klux Klan, com a mensagem "A tocha da Ku Klux Klan chega a tremer" até uma foto de um professor negro e a frase "Professor, poderia ser mais claro?".
Em nota, a PUC-Campinas confirmou que recebeu a denúncia que “desencadeou averiguação do ocorrido”, mas ressaltou a página que registrou os supostos comentários racistas não é administrada pela universidade, portanto não é oficial.
"A PUC é responsável pelo endereço www.facebook.com/puccampinas, este sim, de responsabilidade do Departamento de Comunicação Social da Universidade".
A instituição de ensino não informou sobre qualquer punição aos responsáveis e nem deu detalhes sobre a investigação "em respeito ao adequado andamento das apurações".
Já o Centro Acadêmico de Direito da PUC-Campinas divulgou em sua página do facebook uma nota-denúncia repudiando os comentários do grupo de estudantes. "Machistas, racistas e homofóbicos não passarão. O discurso de ódio disfarçado de 'piada' e 'brincadeira' naturalizou, deu aval e legitimou muitas atrocidades na história da humanidade".
Além disso, o centro compartilhou a denúncia escrita pelo estudante negro que defendeu a colega, originando os atos preconceituosos. Intitulado ‘PucCampo Minado’ o texto trouxe uma análise sobre a postagem e os comentários.
"Um show de horror, ignorância, desrespeito e intolerância. O post rendeu, foi longe, para a alegria e diversão deles e para a minha tristeza ou a de outros negros que viram aquilo ou até mesmo daquele ser humano que possui um misero resquício de humanidade e compaixão com o próximo. Além de todo o fato, de toda a diversão dos leões, de toda a repercussão que houve um detalhe eu não comentei: onde eu estava naquele ponto? Bom, palavras por mais claras e bem colocadas que elas possam estar jamais poderão passar puramente e naturalmente o que eu senti. Quantas vezes eu já apoiei um oprimido? Quantos discursos eu já proferi para apoiar alguém que sofreu? Quantas vezes saíram da minha boca frases imponentes contra o racismo? Eu desmoronei. Poderia omitir isso e jamais tornar o fato público por simples e puro orgulho, porém, essa é a realidade; não é fácil bater assim de frente com o racismo, muito menos encará-lo e tentar superá-lo”, escreveu o estudante.
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