Aluno entrega queixa contra suposto abuso sexual feito por professor no RS
A partir do relato de um formando do curso de jornalismo, a PUCRS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) abriu um procedimento interno para apurar a denúncia de supostos abusos moral e sexual feitos por um professor da instituição. O caso teria ocorrido dentro da universidade ao longo de seis anos.
A denúncia partiu do estudante da Famecos (Faculdade de Comunicação Social) Guilherme Beiró, 28 anos, pelas redes sociais. No longo texto publicado na noite dessa quarta-feira (22), ele conta o que passou nos anos de faculdade.
"Eu entrei na PUCRS em 2009 aos 22 anos de idade. Lá eu fiz uma quantidade imensa de amigos e grandes contatos pra vida toda. Porém, nesses seis anos de curso eu também convivi com uma situação extremamente complicada. Abuso moral e sexual. O abuso foi cometido por um professor da casa. Após seis anos lutando diariamente contra isso [as investidas do mesmo iam desde mão boba até mensagens de explícita conotação sexual] eu estou me formando", escreveu.
Beiró diz que só agora tomou coragem para expor a situação porque está deixando a universidade. "Por seis anos de curso eu me senti ameaçado dentro do ambiente acadêmico. Por seis anos eu tive medo de dar um corte no professor em questão. Por seis anos eu tive medo de, com alguma atitude minha que o desagradasse - juntamente com minhas recusas das investidas sexuais - resultasse em notas mais baixas, em más indicações para trabalho."
O texto vem sendo sendo compartilhado e outros alunos parabenizado a coragem do autor. O aluno foi procurado pela reportagem, mas disse que dará entrevistas apenas após a PUCRS tomar uma providência sobre o ocorrido. A universidade confirma que o coordenador do curso de jornalismo e o diretor da Faculdade de Comunicação receberam a denúncia "sobre comportamento indevido de um docente do curso".
Em nota, a universidade explica que aluno e professor já foram ouvidos, e que a denúncia foi encaminhada à Procuradoria Jurídica da Universidade, "que avaliará a instauração ou não de sindicância, em caráter de sigilo, visando a preservar o direito à privacidade das pessoas referidas na denúncia".
Vítimas
Em seu relato, Beiró comenta que tem recebido queixas semelhantes de outros alunos. "E não fui o primeiro mas espero ter sido o último. Meu objetivo é, com isso, buscar orientar outros alunos que sofreram abuso, seja sexual, moral ou de ambos os tipos, a como dizerem basta. Já tenho uma quantidade boa de relatos, prints e depoimentos a serem apresentados ao dossiê que está sendo montando juntamente da diretoria da faculdade."
Ele salienta que possui provas, entre elas mensagens recebidas pelo professor. Para Beiró, a iniciativa de trazer o assunto à tona é para que as supostas investidas não continuem contra outros acadêmicos. "Ponha-se no lugar de um aluno jovem, na faixa etária dos que entram na faculdade, 18, 19 anos. Um professor conhecido e respeitado investe sexualmente em ti. Recém-saído de uma escola, recém maior de idade - algumas vezes, nem isso - e me diz se esse tipo de aproximação não surtiria efeito", questiona.
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