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Obmep: Taxa de classificação dos internos da Fundação Casa é maior

Silva Junior/UOL
Imagem: Silva Junior/UOL

Eduardo Schiavoni

Colaboração para o UOL, em Ribeirão Preto (SP)

22/09/2015 05h00Atualizada em 12/10/2015 18h06

O percentual de classificação dos internos da Fundação Casa na Obmep (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas) é de 12,9%, ou seja, dos 4,3 mil internos que passaram pela competição, 558 foram classificação para a segunda etapa, que é nacional.

Esse número é maior que a média nacional, 4,91% -- são 17,9 milhões de inscritos e 888,8 mil classificados. A rede pública de ensino tem perto de 50 milhões de estudantes, enquanto a Fundação Casa tem pouco mais de 7,7 mil internos.

"A gente sempre incentiva a participação, já que isso acarreta em um ganho muito grande para os alunos. Mostra a eles que é possível aprender, e isso faz toda a diferença na vida deles", conta Neusa Flores, gerente escolar da instituição. Tanto na Fundação Casa quanto na rede pública, a participação na competição não é obrigatória. 

Ensino

Para Neusa, o bom resultado é a junção de uma série de fatores: o aluno, de fato, frequenta a aula (já que faltar não é uma  opção); as salas são pequenas (não costumam ultrapassar 15 alunos); há apoio pedagógico e aulas extras (os alunos têm cerca de dez horas de atividades, entre aulas e atividades complementares). 

João Rafael Mião, diretor da unidade Cândido Portinari, em Ribeirão Preto, salienta que a utilização de ferramentas pedagógicas atualizadas e atividades de incentivo ao raciocínio lógico, como aulas e competições de xadrez, também são relevantes para o bom desempenho. A unidade que ele comanda uma das quatro que funcionam em Ribeirão Preto, foi uma das que registrou melhor desempenho no Estado. Com 64 internos, 22 prestarem a primeira prova, sendo que dez foram aprovados e fizeram a segunda fase.

"Quando eles chegam, passam por uma avaliação que mede os conhecimentos. Dessa forma, podemos direcionar um conteúdo específico, que é trabalhado quase que individualmente com cada aluno", explica ela, que salienta que o material utilizado, além dos professores, são os mesmos da rede estadual de ensino. "Eles farão a escolha deles fora da instituição, mas nós damos os mecanismos para que eles possam ter o direito de escolher."

Medalhas

Entre os 888.8 mil estudantes que passaram para a segunda fase da Obmep, 6,5 mil serão premiados com medalhas. São 500 de ouro, 1,5 mil de prata e 4,5 mil de bronze, além das menções honrosas. No ano passado, nenhum interno conseguiu medalha, mas 37 obtiveram menção honrosa.

A reportagem do UOL conversou com três alunos que se classificaram para a segunda fase. Embora evitem demonstrar expectativas de serem premiados, Thiago*,17; Gabriel*, 16, que ainda estão internados, e Charles*, 17, que já saiu, contam que conseguiram dominar os conceitos exigidos na prova.  

"Eu resolvi a prova toda, não deixei nenhuma questão. Estava difícil, mas acho que fui bem", conta Thiago. "Eu também resolvi tudo, mas não sei se vou ir tão bem a ponto de pegar medalha", diz Gabriel.

Segundo Neusa, a premiação de um interno, embora não seja prioridade, é questão de tempo.